CRÔNICAS

Mil meu com mil teu: pinto porque a vida dói

Em: 10 de Março de 2013 Visualizações: 59011
Mil meu com mil teu: pinto porque a vida dói
- Pinto porque a vida dói - disse um dia Iberê Camargo. Lembrei do artista plástico gaúcho agora, no momento em que completo mil textos publicados na mídia impressa. Este aqui é o milésimo. Por que escrever tanto? Talvez porque a vida dói e uma forma de tornar a dor suportável é manifestar tal sentimento, seja com pincel e tinta, seja com letra e palavras. Ou através da voz, do som, da música, do corpo.
Diante de pergunta similar feita em entrevista no canal de televisão France Culture, em 1990, o sociólogo Pierre Bourdieu respondeu:
- Escrevo, em primeiro lugar, porque isso me dá, psicologicamente, muito prazer. Além disso, porque fui um jovem rebelde e espero continuar sendo um velho rebelde. Essa foi a forma que encontrei de ser fiel à imagem que tenho de mim mesmo. Pode parecer narcisismo, mas é assim. O mundo social seria insuportável para mim, se eu não fosse capaz de me indignar.
Ele morreu rebelde, depois de sugerir que a gasolina que move a escrita, pelo menos a sua escrita, é o descontentamento, a necessidade de combater as injustiças do mundo. Quem escreve com essa perspectiva, cavalga as palavras da mesma forma que Dom Quixote encilhava o Rocinante, embora Carlos Drummond nos ensine que as palavras "são muitas, eu pouco" e que, por isso, sendo elas indomáveis, "lutar com palavras é luta mais vã". O poeta, porém, relativiza o pessimismo, acrescentando: "entanto lutamos mal rompe a manhã".
Outro tipo de motivação foi apresentada por Júlio Cortazar, eu acho, mas estou com preguiça de verificar no Google. Li em alguma parte que o escritor argentino ou outro profissional da palavra teria dito alguma coisa assim: "Escrevo para descobrir o que penso", destacando que o ato de escrever o ajudava a organizar seu pensamento.
Existem outras motivações prosaicas, mas igualmente legítimas. Há quem escreva pensando com isso conquistar namoradas (os) ou ganhar uns trocados, outros ainda escrevem como quem dá aulas, com o furor pedagógico de compartilhar o que sabe, todos com a esperança de encontrar leitores com quem compartilhar as dores, as dúvidas ou as certezas.
Digno de nota
O primeiro texto que publiquei num jornal nasceu de uma dor, de uma raiva. Ficou fora da lista dos mil, porque não consegui localizá-lo. Foi em 1964 ou 1965, quando eu estudava o curso pedagógico, no Instituto de Educação do Amazonas. No IEA velho de guerra, fui aluno de excelentes professores como Orígenes Martins, Carlos Eduardo Gonçalves, Mercedes Ponce de León, Isis Falcone, José Braga, Garcitylzo do Lago, Dilma Montezuma e mais alguns poucos que nos transmitiram o prazer de dar aulas.
A diretora do IEA, em plena ditadura militar, era dona Neusa Ferreira, arbitrária, autoritária, vingativa, perseguidora. Acontece que o curso era noturno e houve um apagão geral na cidade. Dona Neusa, moralista, temia que as alunas fossem bulinadas. Por isso, ordenou a retirada dos alunos e fechou-se lá dentro com as alunas. Lá fora, uma multidão de marmanjos ficou à espera de namoradas, irmãs, vizinhas.A diretora gritava, ordenando que fôssemos embora. Aproveitamos a escuridão para vaiá-la e xingá-la. Ela chamou a polícia. O pau comeu na casa de Neusa.
Depois de muito sopapo e até de estudante preso, como a luz não voltava e a noite avançava, ela liberou o mulherio já quase de madrugada e eu, enfim, pude acompanhar minha irmã Dile de volta à casa, onde havia uma velha máquina de escrever. À luz de vela, escrevi um texto horroroso, que começava assim, com um chavão: "Fato digno de nota ocorreu na noite de hoje...". De qualquer forma, consegui relatar o fato com relativa fidelidade, ridicularizando dona Neusa, o que mitigou a dor e a raiva.
Assinei embaixo do que escrevi e levei para o Diário da Tarde, da Empresa Archer Pinto. Lá fui recebido pelo jornalista Ulisses Paes de Azevedo, um sujeito pai d'égua, que não me conhecia. No dia seguinte, ele publicou "o fato digno de nota" sem mudar uma vírgula. Apenas omitiu meu nome, dizendo que preservava o anonimato "para proteger o autor da sanha ditatorial da diretora". Todo mundo achou que o autor havia sido o Lauro Henrique Pinheiro, presidente do Gremio Estudantil Marciano Armond. Fiquei na minha, não reivindiquei a autoria.
Mil gols
Depois disso, já residindo no Rio, cursei jornalismo na UFRJ. No segundo ano, ainda estudante, fui contratado com salário inicial de repórter, pela ASAPRESS, uma agência de notícias arrendada pela Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o que me permitiu publicar matérias em jornais de vários estados do nordeste e do sul, sempre movido à indignação. Algumas estão na lista (www.taquiprati.com.br).
Depois vieram outros jornais no Rio de Janeiro, todos de oposição, onde assinei também algumas matérias: O Sol, Poder Jovem, O Paiz (assim com "z"), Correio da Manhã e mais tarde fui correspondente em Paris do Opinião e, já em Manaus, fundador e redator chefe do Porantim - um jornal valente vinculado às lutas indígenas.
A maioria dos textos foram publicados mesmo em Manaus: na Crítica, onde nasceu o Taquiprati, no Jornal do Norte, de propriedade do Paulo Girardi, um jornal bonito e bem feito. Mas metade das crônicas foi publicada aqui, neste Diário do Amazonas, que é uma espécie de segunda casa, onde estou desde 2003 e onde sempre gozei de total liberdade para compartilhar com os leitores a indignação.
Um texto jornalístico, como regra geral, não tem a qualidade de um texto literário. Escrever para jornal é isso: um dia você é lido, no outro está embrulhando peixe. De qualquer forma, se Pelé, com tanta notoriedade,  dedicou às criancinhas seu milésimo gol, por que um obscuro amazonense não pode dedicar sua milésima crônica aos raros leitores que embrulham seu peixe com o taquiprati? Afinal, quem lê, também lê porque a vida dói.
A teoria da recepção, surgida na Alemanha nos anos 1960, depois de pesquisar como é que um texto, seja ele literário ou jornalístico, é recebido por quem o lê, proclamou a soberania do leitor na recepção crítica de qualquer obra. Dessa forma, rompe com aquela noção do texto como algo fixo, imutável, engessado, unívoco, considerando a leitura como um processo de reconstrução do texto por parte do leitor. Quem escreve, constrói significados; quem lê, também constrói os seus. Neste caso, os mil textos apresentados no taquiprati podem ser considerados mil meu com mil teu, leitor (a). Confere?
De qualquer forma, já não iremos muito longe, não porque a vida tenha deixado de doer, mas porque chega uma hora em que o cansaço nos obriga a pendurar as chuteiras. Nas palavras de Drummond, "cerradas as portas, a luta prossegue nas ruas do sono".

 

 

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50 Comentário(s)

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Marilza De Melo Foucher comentou:
04/08/2017
Viva o garrincha manauara que faz gol de letras nas mil crônicas e sátiras sempre envolvendo personagens de sua cidade, de seu famoso bairro Aparecida.
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Ronaldo De Maria Derzy comentou:
03/08/2017
Cabra bom de escrever! Agora que completei ???? no Blog do Hiel.
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Cláudia Santamarina (via FB) comentou:
03/08/2017
Graças aos seus mil e que venham todos os outros milhares pulsando em sua caixola, porque a dor, a gente sabe, não acaba nunca. E nem o prazer de não senti-la por alguns iluminados momentos. Sempre que os sorrisos que seus textos me provocam me fazem refletir seriamente sobre mim mesma - impotências e potências -, penso que há uma enorme gentileza dessa existência em ter a chance de saber que outros também nasceram percebendo que é preciso sacudir a poeira para aliviar a dor. Não há outro modo de apostar que o caos sempre se dá um jeito de se transformar com o criativo. E é sempre bom estar em boa companhia! Tenho aprendido muito. Beijos e muita inspiração sempre.
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moema comentou:
22/03/2013
muito boa Bessa! realmente leio porque a vida também me dói, e saber que não sinto a dor sòzinha é muito melhor!
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Paulo Bezerra comentou:
16/03/2013
Eu como a Conceição Campos aí em cima fiquei sem saber o que escrever sobre esse milésimo “gol”. Babá, embora nunca tenha sido teu aluno formalmente, o fui através da leitura de tuas crônicas. Com elas eu desabafei, me diverti, me inquietei, me indignei. Através delas encontrei parceria. Por diversas vezes ela foi a minha porta-voz ao expressar àquilo que eu sentia mais não conseguia dizer. Um exemplo foi a crônica “Alô, alô, Realengo”, onde você conseguiu resgatar um mínimo de dignidade a um jovem confuso que suicidou-se após assassinar crianças em uma escola. Só tenho que agradecer por tudo que aprendi nesses últimos anos. Um abraço.
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Conceição Campos comentou:
15/03/2013
Há dias que deixo a página do Taquiprati aberta, sem saber o que dizer. Acho que não quis acreditar muito nessa história de última crônica, texto nº 1000 etc. Nunca vibrei muito com esses números definitivos. E se der vontade de escrever de repente? E se der aquela vontade de ler suas palavras, como é que a gente fica? Sei não. Gostei desse papo não. Táquiparti meu protesto sentido. Repensa essa decisão aí, que ela não agradou mesmo! Beijo da sua sempre aluna, amiga e leitora indignada.
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Elizabeth Lima Gama comentou:
12/03/2013
Parabens pelas mil crônicas que escreveu. Só sua fã incondicional como professor e escritor. Não perco em adquirir um Diário do Amazonas, todos os domingos. desde 2008, em Tefé, coleciono o taquiprati no meu arquivo eletrônico.Parabens para vc e para seus leitores. Suas crônicas são superinteressantes, satíricas e inteligentes.
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Bel comentou:
12/03/2013
Parabéns pelos mil, por aliviar sua dor e a nossa! Obrigada! (Gostaria de ter essa disciplina...)
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Daniele Lopes comentou:
11/03/2013
Parabéns pelos 1000, e que venha maissssssssssssssss!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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Ligia Maria Oliveira comentou:
11/03/2013
Parabéns! Não sei se terei tempo suficiente aqui neste plano para ler mais mil textos mas, espero que vc os continue escrevendo!!! kkkkk... Um abraço!!
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Ligia Maria Oliveira comentou:
11/03/2013
Maravilha de crônica! E tenho que concordar com a Eurilinda, Prof. Bessa - "que teu descontentamento não cesse de se transformar em textos". Acompanho este site a pouco tempo mas, sempre tive admiração pela sua escrita. Ela me inspira, me dá fôlego e principalmente, me faz perceber que não sou louca ao ser contrária às atrocidades que percebo no mundo, ou, pelo menos, se sou louca não estou sozinha. Desde que fui apresentada a um texto seu, em 2004, quando pesquisava para minha monografia da graduação, que a propósito aborda a cultura indígena no contexto escolar, me encantei imensamente. Não apenas pelos temas mas, com a forma como os descreve. As vezes, quando estou lendo um texto seu, parece que estou ouvindo o próprio me contando o tal assunto. E pq é assim? Você escreve não apenas com conhecimento mas também com sentimento, seja ele de indignação, de alegria, ou de carinho em um elogio. Este sentimento é perceptível ao lermos as suas palavras. Não nos conhecemos, apenas eu o conheço um pouquiiiiinho através das suas palavras. Mas um dia, quem sabe, se assim Deus o permitir, para mim será um enorme prazer conhecê-lo. Invejo e parabenizo, os tantos alunos que tiveram a oportunidade de lhe ter como mestre e participar de uma alua ministrada por vc. Portanto, junto-me aos que apelam para que continue a nos brindar com a sua sabedoria e seus textos. Parabéns, pelos 1000 textos publicados, não li todos mas, os que li são todos maravilhosos. Um gd abraço.
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MARCIO VIGILANTE comentou:
11/03/2013
PROFESSOR PARABENS!PELO SR. AINDA CATIVAR E CONQUISTAR NOVOS LEITORES E SEGURAR OS VELHOS (LEITORES)!.EU TÔ FICANDO MEIO PREUCUPADO COM O SENHOR PROFESSOR, PORQUE OS SEUS ÚLTIMAS CRÔNICAS O SENHOR SÓ VEM FALANDO DO SEU PESSOAL QUE FOI PARA O ANDAR DE CIMA.POR FAVOR NÃO DE DEIXE DE FAZER A SUA CAMINHADA MATINAL! PS:PROFESSOR CONSEGUI UMA BOLSA INTENGRAL PELO PROUNI NO CURSO DE LINCENCIATURA DE HISTÓRIA. EU TÔ DIVULGANDO PARA QUE EU POSSO O SEU SITE E VOU DIVULGAR O SEU LIVRO TAMBÉM. DEPOIS NÃO VÁ ME CULPAR SE COMEÇAREM A LHE APEREAR NO SEU SITE. AÍ EU VOU FALAR PARA O SENHOR! - PÔ PROFESOR SÓ CUL-PA EU? ( RE.RE.RE...) Contato de MARCIO VIGILANTE
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Adriane comentou:
11/03/2013
Li o MIL e fiquei encantada com o modo que vê, percebe e externa suas concepções tão atuais e pertinentes, usando a escrita como forma de indignação
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Ana Silva comentou:
11/03/2013
A tua crônica mil está incrível! Ela me lembrou o poema Catar feijão, de João Cabral de Melo Neto. José Bessa e João Cabral ambos excelentes 'catadores de feijão'. Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. Ora, nesse catar feijão entra um risco: o de que entre os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto, um grão imastigável, de quebrar dente. Certo não, quando ao catar palavras: a pedra dá à frase seu grão mais vivo: obstrui a leitura fluviante, flutual, açula a atenção, isca-a como o risco.
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Manu comentou:
11/03/2013
Amei! Só não gostei do cansaço do final. Guerreiro, continue com suas palavras unidas que jamais serão vencidas brindando com os leitores tantas dores e criando tantas cores!!!
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Márcio Souza comentou:
11/03/2013
Babá, as minhas chuteiras também já estão pesando, mas ainda vamos encher muito saco nos próximos anos. Parabéns
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Jô Freitas comentou:
11/03/2013
Já não encontro palavras para descrever mais esta Crônica de Jose Ribamar Bessa. Adoro a todas, e como não sou muito culta, me faltam palavras. Senti um que de despedida, ou é engano meu???... Espero que esteja enganada pois iria sentir muita falta delas que acho geniais e distribuo entre meus amigos com muito prazer. Espero que continue escrevendo para satisfação de todos os seus admiradores, inclusive eu.
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Susana Grillo comentou:
11/03/2013
Querido Bessa, confere: mil seus e mil meus. A vida dói e é um imenso prazer ler suas crônicas no domingo e querer compartilhar com meus filhos, amigos e amigas. Seus textos não são simplemente jornalísticos, são crônicas densas de significados, sentimentos, indignação, entusiasmo com o potencial de beleza, de criação e de solidariedade que carregam alguns seres humanos, retratados com maestria por você. Parabéns pelos mil e espero outros tantos para compor meus domingos... Um grande abraço Contato de Susana Grillo
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Patricia Sampaio comentou:
11/03/2013
O que dizer depois desse milésimo?? Vi muitos deles ainda em fase de elaboração, antes de serem publicados. Eram generosamente compartilhados e ainda nos pedia opinião! ( Nem precisava! As palavras eram como cimitarras!) Alguns (não poucos) estão guardados nas pastas em casa. Memoráveis, muitos deles. Que bom poder ter chegado até aqui indignado... Abraço, Babá!
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Cristina Amaral comentou:
11/03/2013
Querido Prof. Bessa sem dúvidas 1000 textos publicados, de fato é um grande momento, requer comemoração e muitos parabéns, pois é coisa para craque, não para perna de pau. Sou grata pela oportunidade de conviver no meio acadêmico com vossa pessoa, para mim é sempre uma honra, tanto ler suas narrativas, quanto a ouvi-las. Me engradecem como pessoa, suas histórias e lutas. Parabéns querido mestre por seus 1000 gols!!! Carinhos
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10/03/2013
Na minha juventude, era contada uma anedota. Um cara, machão, dizia ser capaz de amar dez vezes, quinze, numa mesma noite. E apostava em sua verdade. Certa vez, no que ele foi pegar o dinheiro ganho (“Quinze”), a jovem disse, olhando o papel onde ela anotava cada chegada do parceiro à fita de chegada, no final de cada corrida : “Oito”. “É quinze!” – disse ele. “É oito”, disse a donzela (sic). É quinze prá cá, oito prá lá, é quinze, é oito... Aí, enfadado com a bizarra discussão, o cara disse: “Já que está confuso, rasga esse papel e vamos começar de novo. Mas, anota direitinho aí, sua espertinha...” É claro que as mil crônicas, caro Bessa, valeram muito. Assim, pelo prazer de ficar ali, de cabo a rabo, lendo aquelas coisas que você tão bem engendra, vamos começar de novo a contar as novas mil crônicas. Próximo domingo, estaremos de olho na 1001, sim, estaremos. Gilberto Moraes – UERJ. Contato de Gilberto Menezes Moraes
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Camilla Oliveira comentou:
10/03/2013
Muito bom, professor! E eu, permaneço no time do leitores do taquiprati!! Boa noite, Prof. Bessa! Uma boa semana!!
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Celso Sanches comentou:
10/03/2013
PARABÉNS José Bessa!!!! Você é mil!!! Nas tuas palavras, somos muitos e muitas ecoando em entrelinhas!!! Um fraterno abraço de seu fã!
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Evaldo de Barros comentou:
10/03/2013
Acho que padecemos do mal cronico da falta de reconhecimento. Meu saudoso pai ensinou-me criticar com moderacao e elogiar com vontade. Nao temos feito justica quando esquecemos de proclamar a sua genialidade. Evaldo de Barros-Cuiaba Procurador de Justica PS nao consegui encontrar a acentuacao neste teclado novo. Acentue-me, por favor Contato de Evaldo de Barros
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Vera Nilce Cordeiro Correa comentou:
10/03/2013
Jose José Bessa, parabéns pelos seus mil textos... adorei este porque como contemporânea no IEA, relembrei os professores e relembrei a D Neuza que era ate folclórica suas atitudes, hora arrogantes, hora sem noção (uma vez nos fez ficar no colegio escrevendo uma frase por nao sei quanto tempo sem que nós tivessemos feito nada . Quem fez nao sabemos , nao vimos). mas ela com aquela bolsa pendurada no braço nos fazia rir muito e as vezes a vi fazer chorar tb rss.
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Felipe Berocan Veiga comentou:
10/03/2013
Parabéns, querido Bessa, 1.000 abraços pra você!!!
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10/03/2013
Grande Bessa!!! Mil? Vale comemorar, com mais outro tanto de textos bem escritos, criativos, mesmo que efemeros como os seus suportes, os jornais, como dizia Cecília Meireles. Mas, o que não e fugaz? Parabens!!!! Contato de Ana Chrystina Mignot
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gerusa pontes de moura comentou:
10/03/2013
Professor se eu já gostava das palavras agora mesmo é que eu vou seguir em frente pois o sr. tem o dom de passar pra seus alunos mais do que simples palavras, o significado delas de quem escreve com a alma, não tenho dúvidas que muitas gerações ainda terão a alegria de conviver com o que considero um TUXAUA ACADÊMICO.
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Eduardo Viveiros de Castro comentou:
10/03/2013
Parabéns, Bessa. E continue escrevendo, que continuaremos lendo. Você é indispensável. Rumo ao segundo milésimo!
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Eliane Rocha (Blog Amazonia) comentou:
10/03/2013
Quando mais nova me trancava em um quarto escrevia por tres dias em seguida. Depois jogava tudo fora...se não jogasse talvez seria mais uma escritora um tanto excentrica pelos doze anos de idade...Acho que somos um pouco loucos...
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Antonio Augusto Almeida (Blog Amazonia) comentou:
10/03/2013
O pior é que a maioria dos eleitores deste país não lê o jornal nem no primeiro dia. Somente o utiliza para outros fins logo de cara, entre outos muito piores que ficaria deselegante comentar aqui, este fim de embrulhar o peixe, aproveitando que este governo por eles idolatrados, fornece o mísero peixe do bolsa esmola, ao invés de fomentar a pescaria.
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Ismael Farias comentou:
10/03/2013
Pendurar as chuteiras um cacete! E nós, como ficaremos? DECIDIDAMENTE: Você não pode! Um abraço amazônico e deixa de bobagem, menino Contato de Ismael Farias
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Alessandra Marques comentou:
10/03/2013
Bessa Bessa, Não inventa de parar de escrever, por favor! Dias desses, ouvia o Gilberto Gil falando sobre a relação da velhice com o trabalho, o foco e as prioridades mudam. Ele faz seu ofício, mas o encara de outra forma. Minha mãe tb tem discurso semelhante. Claro que gosta de trabalhar, de se sentir útil, mas em ritmo diverso daquele de tempos atrás (não somente por capacidade física, tb por questões emocionais). Bem, caso esteja cogitando parar de escrever nesse espaço, apesar de compreender, vou tratar de resmungar, lamentar e chorar mais que dez carpideiras juntas (sem necessidade de pagamento e serei mais chata, segundo minha mãe, qdo sou chata e resmungona, sou talentosa). E já começarei com chantagem emocional, lembre-se que deixará vários leitores órfãos, maldade maior que roubar doce de criança (afinal doce estraga os dentes). Seus textos sempre nos ensinam muito, trazem informações que desconhecíamos, enchem-nos de esperança (saber que há pessoas justas e indignadas com os absurdos é um alento e tanto), além de nos lembrar que bom humor é essencial para se levar essa vida que, a cada dia que passa, está mais sem graça devido aos mandos e desmandos de turmas medonhas. E sem os textos do professor Bessa ninguém segura esse rojão. Espero que escreva o 1001º, 1002º... Enfim, que ultrapasse os 1000 gols do Pelé. Abraço forte e obrigada por partilhar seu conhecimento.
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Danilo Lombardi comentou:
10/03/2013
Ou por estar com sono. Ou por fome. Ou por pensar muito, sem sono e com fome. Não importa, escreva.
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Leda Beck (via FB) comentou:
10/03/2013
Com esta crônica deliciosa, José Bessa completa mil textos publicados. E cita Bourdieu, Drummond, Cortazar e tantos outros para responder à pergunta "por que escrever?" Também escrevo por estas razões: "(...) a gasolina que move a escrita (...) é o descontentamento, a necessidade de combater as injustiças do mundo. Quem escreve com essa perspectiva, cavalga as palavras da mesma forma que Dom Quixote encilhava o Rocinante". Peraê que eu vou ali ajustar as esporas nas botas...
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André Silveira Sampaio comentou:
10/03/2013
Quando a pressão do real atinge grau insuportável, escrever torna-se uma contingência necessária. Não sei o que mais poderia fazer neste momento: não há outra opção.
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Rubens Jardim comentou:
10/03/2013
Também sinto isso: a gente escreve por não aceitar o mundo, por ficar inconformado.
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Danilo Lombardi comentou:
10/03/2013
"encilhava o Rocinante" é gênio.
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Luiza Helena comentou:
10/03/2013
Parabéns, querido Bessa!!! Me sinto uma pessoa privilegiada de ter esbarrado nesta existência (e você sabe que eu creio na possibilidade de outras) com alguém que me proporciona sempre tanto aprendizado!!! Obrigada por cada um dos MIL!!!
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Paulo Girardi comentou:
10/03/2013
A vida dói ... e textos como os seus amenizam. Longa vida com muita harmonia . Abs.
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Andrea Sales comentou:
10/03/2013
Parabéns Bessa e iporã ete por suas 1000 crônicas!!No meu caso elas também servem para embrulhar o meu domingo, dividir as dores e as alegrias, festejar o que se foi e o que há de vir...e quando pensamos em "pendurar as chuteiras" é daí que nos tornamos fortes para continuar...jovens dias de domingo que precisam de suas crônicas para começarmos uma semana melhor do que poderia ser. Mais uma vez obrigada.
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Andrea Moraes comentou:
10/03/2013
Beleza grande Bessa, como sempre. Parabéns pelos 1000 e obrigada por dividi-los. Mal posso esperar pelos próximos, a começar pelo 1001.... Contato de Andrea Moraes
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Andrea Moraes comentou:
10/03/2013
Beleza grande Bessa, como sempre. Parabéns pelos 1000 e obrigada por dividi-los. Mal posso esperar pelos próximos, a começar pelo 1001....
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Suane Viana comentou:
10/03/2013
Confere! No meu caso, 100 meus e 1000 teus. Obrigada! Contato de Suane Viana
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flora flores comentou:
10/03/2013
Sou amazonense e moro em Porto Alegre á 36 anos, me sinto carente de noticias como esta que acabei de ler.Peço não deixe de escrever. como diz Drummond a luta prossegue nas ruas do sono. No meu caso eu careço de boa leitura. Por isso não deixe de escrever. Flora FLORES.
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Beatriz Cordeiro comentou:
10/03/2013
Credo, professor, parece que está se despedindo dos leitores. Toc, toc , toc, tres vezes na madeira.
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vania novoa tadros comentou:
09/03/2013
Bessa, eu li todos os teus Taqui pra Ti dos quais muitos eu assisti a sua elaboração em uma máquina tradicional no Depto de História da Unversidade Federal do Amazonas. De quantos deles eu não fiz fotocópias para destribuí-las, no mesmo institituto, quando o jornal os censurava? Toda Manaus esperava a quarta-feira para ler os teus artigos. Sempre fostes um sucesso. Eu já me acostumei com eles. Se realmente deixares de escrevê-los vou sentir muita falta. Parabéns por ter chegado aos mil mantendo a qualidade.
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Eurilinda Maria Gomes Figueiredo comentou:
09/03/2013
...e eu, xapuriense de nascimento e coração, registro aqui meus sentimentos de leitora assídua de tuas crônicas - não poderiam ser outros senão de gratidão, admiração e muito respeito pelo escritor e ser humano que consigo vislumbrar por entre tantas e tantas letras. A esses sentimentos junto o pedido de que teu descontentamento não cesse de se transformar em textos, porque eles (é assim comigo) transformam nossas dores em algo mais suportável, alimentam a esperança em dias melhores e enchem de poesia nossas vidas. Obrigada e parabéns!
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Antonio Sanches comentou:
09/03/2013
PAIDÉGUA, BABÁ. GOSTEI MUITO.
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Rogerio Teles comentou:
09/03/2013
Se você sabe, não imagina ou vice-versa, o quanto suas crõnicas, foram nossa voz e vez, o quanto nós nos sentimos "vingados", por meio delas, quando você denuncia as sacanagens praticadas por políticos sem dignidade, contra os pobres em geral, negros, indios e minorias, o proprio Bourdieu nos diz, que quando escrevemos ou falamos, somos ideologicamente comprometidos, não há isenção, porém o seu comprometimento ideológico, só colabora para um mundo melhor. Vc é nosso Pelé das crônicas
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