"Creio que a leitura é uma das formas da felicidade. Não se pode obrigar ninguém a ser feliz. Os verbos ler, amar e sonhar não suportam o modo imperativo. Aconselho meus alunos que, se um livro os aborrece, o abandonem" (Jorge Luis Borges. Prosa. 1975).
- Não se ofenda, professor, mas eu quero saber se o senhor bebeu, hoje, antes de vir para a universidade?”.
A pergunta me foi feita dentro da sala, por uma aluna, chamada Luíza, depois que eu anunciei, convicto, o tema da aula: uma reflexão CONTRA a leitura. Perplexa, Luíza confessou sua profunda decepção. Afinal, a gente havia se conhecido anos antes, numa biblioteca comunitária criada pelo pedreiro Evando dos Santos, na garagem da casa dele, Vila da Penha, no Rio, durante um concurso de poesia no qual ela fora premiada. A partir de então, militamos juntos em prol do livro, participando de vários eventos. Por isso, achou que, agora, eu devia estar de porre.
Apresento aqui um resumo da aula que dei, para que os quatro fiéis leitores dessa coluna possam avaliar também meu estado etílico, já que eles podem ficar incomodados com a crítica à leitura, pois todos os domingos a exercitam aqui nesse espaço. Dessa forma, espero também provocar os participantes do Festival Literário Internacional da Floresta – o Flifloresta - cuja abertura ocorre amanhã, em Manaus. Um dos seus objetivos é justamente o de formar novos leitores. Para ler o quê? Como?
A paixão de ler
O discurso dominante reverencia o livro, como algo sagrado que transporta luz e saber. Por isso, quem defende a não-leitura é considerado herege ou, no mínimo, bêbado. A leitura é endeusada como o único caminho que conduz ao conhecimento. Quanto mais leitura, mais humanos somos. O livro é o farol que ilumina o saber e nos civiliza. A ausência de leitura nos brutaliza. Mentira! Puro blá-blá-blá. A História mostra que essa moralização da leitura é falsa. Por inacreditável que pareça, muitos professores, editores e pais de família que proclamam as vantagens da leitura, raramente abrem um livro. Esse discurso é tão escandalosamente hipócrita, que dá vontade de esculhambá-lo, chutando o pau da barraca.
Qual é à crítica que faço ao ato de ler? É que como prática social, a leitura deixou de ser algo livre e prazeroso, para se tornar uma obrigação, que confere status. Virou uma atividade burocrática, cobrada pelo professor na escola, que em vez de estimular a fome, empurra goela abaixo do aluno comida de qualidade duvidosa. Assim, um escritor tão vital para nós como Machado de Assis acaba sendo odiado. A escola alfabetiza, mas raramente desperta o sabor da leitura. Se para aprender a falar os bebês tivessem que ir pra escola – meu Deus do céu! - mais da metade da população seria muda ou gaga.
Vivemos num país de forte tradição oral, que não tem o hábito coletivo da leitura. Aí, de vez em quando, Secretarias de Cultura e outros órgãos não-governamentais tentam compensar as falhas da escola, desenvolvendo, às vezes com boa intenção, campanhas inúteis e dispendiosas para promover a leitura, o que equivale a criar uma repartição pública ou uma empresa destinada a promover, por exemplo, o namoro e o beijo. O namoro precisa de promoção? Não. A gente namora porque é bom. E ponto.
Ler é que nem namorar, só tem sentido se fundamentado na liberdade, na indisciplina, na anarquia, na paixão. Querer domesticar essa paixão significa sua morte. O jornal O Globo tenta incentivar a leitura, através do projeto “Quem lê jornal sabe mais”. Sabe mesmo? Sabe o quê? Além de fortalecer os negócios desta empresa jornalística, essas campanhas servem para estimular o preconceito in-su-por-tá-vel e quase racista desenvolvido por aqueles que sabem ler contra os que vivem fora do mundo do livro e da leitura, tratados como burros e inferiores. Desenvolve ainda um sentimento de culpa nas pessoas por não terem lido determinados livros.
O babaca alfabetizado
Afinal, quem lê sabe mais do que quem não lê? A leitura melhora a gente? Conversa fiada! Ler não faz ninguém melhor. A leitura em si não aperfeiçoa as pessoas, sobretudo as que se acham superiores só porque leram alguns livros. Se fosse verdade, não haveria tanta gente babaca, arrogante, pretensiosa e moralmente podre. George Bush, deputados, juízes, desembargadores, empresários – como o desalgemado Daniel Dantas – fazem parte do mundo da leitura e nem por isso merecem nossa admiração.
A leitura não cura nenhuma doença e pode até agravá-la. Quem é babaca, depois de ler fica ainda mais babaca. O mesmo acontece com os ridículos, os vaidosos, os frívolos, os pedantes, os corruptos, os bestinhas e os bostinhas. Nós somos aquilo que somos, independentemente da leitura. Ler não serve pra nada, é um vício, uma perdição, uma felicidade. O único motivo pelo qual alguém pode se interessar por um livro é a dimensão mágica de seu conteúdo, a perplexidade, o assombro, a fantasia e a interrogação diante dos enigmas do cotidiano da vida que a leitura pode suscitar em nós.
Existem leitores ávidos, cujas virtudes humanísticas são nulas. São ratos de biblioteca, não lêem para viver, vivem para ler. Não namoram, não furunfam, não jogam nem dominó nem conversa fora com os amigos. Perderam o sentido da vida. Levam vidinha superficial, cheia de preconceitos, indignidade e irracionalidade. São injustos, egoístas, soberbos e babacóides. Outros, só porque leram cinco, dez ou cem livros, assumem secretarias de cultura e se acham “os in-te-lec-tuais”. Humilham quem não leu os cem livros que eles juram conhecer.
Por outro lado, todos nós conhecemos não-leitores, dignos e justos, que possuem qualidades morais, inteligência e sensibilidade. Sou amigo de um pajé guarani, da aldeia de Biguaçu (SC), que não quis ser alfabetizado, mas é um sábio, conhece tudo do mundo, da natureza e da espécie humana; quando fala, ilumina quem o escuta, como um poderoso farol. Não leu nenhum dos 4 milhões de livros da Biblioteca Nacional, mas é um poço de integridade, de sapiência e de reserva moral. Aliás, nem o maior devorador de livros consegue em toda sua vida ler 0,1% dos livros já editados. É por isso que a chave da leitura está na não-leitura.
A não-leitura
O filósofo alemão Schopenhauer escreveu no século XIX que livro ruim é veneno intelectual, que estraga o espírito. Livros ruins, escritos apenas com o objetivo de gerar dinheiro, além de inúteis, são prejudiciais, porque para ler um livro bom, a condição é não ler o ruim, já que a vida é curta, e o tempo e a energia são escassos. Quem vive para ler, perde a capacidade de pensar por conta própria, como quem sempre anda a cavalo acaba esquecendo como se anda a pé. “Leram até ficar estúpidos” – diz o filósofo, para quem a leitura, sem a não-leitura, paralisa o espírito, da mesma forma que o excesso de alimento ou o alimento inadequado prejudica o corpo. O importante não é comer, mas digerir, não é ler, mas ruminar.
Não abrir livros é sabedoria. A escola, porém, nos ensina a ler, mas não nos ensina a não-ler. No entanto, o segredo da leitura reside ai: na não-leitura, que não é uma atitude passiva, mas ativa. Não é ausência de leitura, mas uma atividade organizadora e seletiva da leitura, para não se deixar afogar ou deformar pelos livros.
Há alguns anos dei um curso para professores indígenas, no coração da floresta. Era final de outubro. Quando cheguei, a maloca estava toda embandeirada para comemorar o dia do professor. Num lugar onde era difícil encontrar papel, as bandeirolas haviam sido confeccionadas com páginas de livros enviados por órgãos governamentais, sem que tivessem sido solicitados pelas comunidades. Eram todos absolutamente inúteis. Escritos em português, ignoravam as línguas indígenas e os conhecimentos tradicionais por elas transportados. Pensei, então, que esse havia sido o melhor destino dado àquele veneno letal. Pelo menos, desta forma alegravam a vida das pessoas.
O historiador carioca Marcelo Lemos, meu amigo, cujo sobrenome é uma (in) citação à leitura coletiva, me enviou os dez mandamentos redigidos por Daniel Pennac, contendo os direitos do leitor: 1. O direito de não ler; 2 – O direito de pular páginas; 3 – O direito de não terminar o livro; 4 – o direito de reler; 5 – o direito de ler qualquer coisa, inclusive o que é considerado ruim; 6 – o direito ao bovarismo, doença textualmente transmissível; 7 – O direito de ler em qualquer lugar, inclusive na privada; 8 – O direito de ler uma frase aqui e outra ali; 9 – O direito de ler em voz alta ou em voz baixa; 10 – O direito de calar sobre aquilo que lemos, porque nossas razões para ler são tão estranhas quanto nossas razões para viver e ninguém pode invadir nossa intimidade.
Se você dedicou preciosos minutos à leitura dessa coluna, percebeu que não estou bêbado, mas caio numa contradição. As idéias aqui expostas não existiriam sem a leitura de quatro livros abaixo mencionados. Não menciono, porém, a longa lista dos livros que deixei de ler. Só dois deles: “Presidentes da Academia Amazonense de Letras – 1918 a 2006” (Valer – Manaus, 2006) e “Titulares da Academia. Perfis Acadêmicos” (Manaus – 1997) ambos do mesmo autor, Robério dos Santos Pereira Braga. Como os novos leitores formados pela Flifloresta vão encarar esse tipo de livro?
P.S. – Ah, antes que me esqueça, a Luiza, excelente poeta, além de leitora crítica, depois entendeu que eu, naquele dia, havia bebido apenas os autores abaixo relacionados.
i) Arthur Schpenhauer (1851): Sobre livros e leitura.Tradução de Philippe Humblé e Walter Costa. Florianópolis. Paraula. 1993; ii) Pierre Bayard: Comment parler des livres que l´on n´a pas lus? Paris. Minuit. 2007; iii) Juan Domingo Arguelles: Que leen los que no leen? México. Paidos. 2003; iv) Michèle Petit: Lecturas: del espacio íntimo al espacio público. Mexico. Fondo de Cultura. 2001
CONTRA LA LECTURA
José Ribamar Bessa Freire
16/11/2008 - Diário do Amazonas
- “No se ofenda profesor, pero quiero saber si Ud. bebió hoy, antes de venir a la universidad”. La pregunta me la hizo una alumna en la sala de clase, que se llama Luíza, después que anuncié, convencido, el tema de la clase: una reflexión CONTRA la lectura. Perpleja, Luíza confesó su profunda decepción. Al final, nos habíamos conocido hacía algunos años, en una biblioteca comunitaria creada por el albañil Evando dos Santos, en el garaje de su casa en Vila da Penha, Rio de Janeiro, durante un concurso de poesía en el que ganó el premio. A partir de entonces, militamos juntos a favor del libro, participando de varios eventos. Por eso, pensó que ahora yo debía estar borracho.
Presento aquí un resumen de la clase que di, para que los pocos lectores de esta columna puedan evaluar mejor mi estado etílico, ya que a ellos también les puede incomodar la crítica a la lectura, pues todos los domingos la ejercitan aquí en este espacio. De esa forma, espero también provocar a los participantes del Festival Literario Internacional de la Floresta – Flifloresta - cuya apertura ocurre mañana en Manaos. Uno de sus objetivos es justamente el de formar nuevos lectores. Para leer ¿qué? ¿cómo?
La pasión de leer
El discurso dominante le rinde pleitesía al libro, como algo sagrado que transporta luz y saber. Por eso, a quien defiende la no-lectura se le considera hereje o por lo menos, borracho. Se endiosa la lectura como el único camino que conduce al conocimiento. Cuanto más lectura, más humanos somos. El libro es el farol que ilumina el saber y nos civiliza. La ausencia de lectura nos brutaliza. Mentira! Puro bla-bla-bla.
La Historia muestra que esa moralización de la lectura es falsa. Por increíble que parezca, muchos profesores, editores y padres de familia que proclaman las ventajas de la lectura, raramente abren un libro. Ese discurso es tan escandalosamente hipócrita, que dan ganas de desmoralizarlo a palos, después de mandar todo al carajo.
¿En qué consiste la crítica que hago al acto de leer? Es que como práctica social, la lectura dejó de ser algo libre y placentero, para tornarse una obligación, que confiere status. Se transformó en una actividad burocrática que los profesores exigen en la escuela, que en vez de estimular el apetito, obliga al alumno a tragar comida de cualidad dudosa. Así, un escritor tan vital para nosotros como Machado de Assis, acaba siendo objeto de odio. La escuela alfabetiza, pero raramente despierta el sabor de la lectura. Si para aprender a hablar los bebes tuvieran que ir a la escuela – ¡Dios mío! - más de la mitad de la población seria muda o tartamuda.
Vivimos en un país de fuerte tradición oral, que no tiene el hábito colectivo de la lectura. Así, de vez en cuando, Secretarías de Cultura y otros órganos no-gubernamentales intentan compensar las fallas de la escuela, desarrollando - a veces con la mejor de sus intenciones - campañas inútiles y costosas para promover la lectura; lo que equivale a crear una dependencia pública o una empresa destinada a promover, por ejemplo, enamoro y beso. Enamorar ¿necesita promoción? No. Uno enamora porque le gusta. Y punto.
Leer es como enamorar, solo tiene sentido si se fundamenta en la libertad, en la indisciplina, en la anarquía, en la pasión. Querer domesticar esa pasión significa su muerte. El diario O Globo intenta incentivar la lectura a través del proyecto “Quien lee diarios sabe más”. ¿Sabe de verdad? ¿Qué es lo que sabe? Además de fortalecer los negocios de la empresa periodística, esas campañas sirven para estimular el prejuicio in-su-por-ta-ble y casi racista fomentado por aquellos que saben leer contra los que viven fuera del mundo del libro y de la lectura, tratados como burros e inferiores. Crea además un sentimiento de culpa en las personas por no haber leído determinados libros.
El idiota alfabetizado
Al final, ¿quien lee sabe más que quien no lee? ¿La lectura nos mejora? Tonterías! Necedades! Leer no mejora a nadie. La lectura en si no perfecciona a las personas, sobre todo a las que se creen superiores solamente porque leyeron algunos libros. Si fuera verdad, no habría tantos idiotas, arrogantes, pretensiosos, inmorales. George Bush, Pinochet, Fujimori, además de muchos diputados, jueces, jueces federales, empresarios y generales hacen parte del mundo de la lectura y no por eso merecen nuestra admiración.
La lectura no cura ninguna enfermedad, antes bien, puede agravarla. El que es idiota, después de leer se vuelve más idiota. Lo mismo sucede con los ridículos, los vanidosos, los frívolos, los pedantes, los corruptos, los bellacos, los bribones y los sinvergüenzas. Somos lo que somos, independiente de la lectura. Leer no sirve para nada, es un vicio, una perdición, una felicidad. El único motivo por el cual alguien puede interesarse por un libro es la dimensión mágica de su contenido, la perplejidad, el asombro, la fantasía y la interrogante ante los enigmas de lo cotidiano de la vida que la lectura nos puede suscitar.
Existen lectores ávidos, cuyas virtudes humanísticas son nulas. Son ratones de biblioteca, no leen para vivir, viven para leer. No enamoran, no juegan dominó ni platican con los amigos. Perdieron el sentido de la vida. Llevan uma vidita superficial, llena de prejucios, indignidad e irracionalidad. Son injustos, egoístas, soberbios e idiotas. Otros, solamente porque leyeron cinco, diez o cien libros, se creen "in-te-lec-tuales”. Humillan a quienes no leyeron los cien libros que juran conocer.
Por otro lado, todos nosotros conocemos no-lectores, dignos y justos, que poseen cualidades morales, inteligencia y sensibilidad. Soy amigo de un chamán guaraní, de la aldea de Biguaçu (SC), que no quiso ser alfabetizado, pero es un sabio; conoce todo sobre el mundo, la naturaleza y la especie humana; cuando habla, ilumina a quien lo escucha, como un poderoso farol. No leyó ninguno de los 4 millones de libros de la Biblioteca Nacional, pero es un pozo de integridad, de sapiencia y de reserva moral. Además, ni el mayor devorador de libros consigue en toda su vida leer 0,1% de los libros ya editados. Es por eso que la clave de la lectura está en la no-lectura.
La no-lectura
El filósofo alemán Schopenhauer escribió en el siglo XIX que libro ruin es veneno intelectual, que malogra el espíritu. Libros ruines, escritos apenas con el objetivo de producir dinero, además de inútiles, son perjudiciales, porque para leer un libro bueno, la condición es no leer el ruin, ya que la vida es corta y el tiempo y la energía son escasos. Quien vive para leer, pierde la capacidad de pensar por cuenta propia, como quien siempre anda a caballo acaba por olvidar como se anda a pie. “Leyeron hasta volverse estúpidos” – dice el filósofo, para quien la lectura, sin la no-lectura, paraliza el espíritu, de la misma forma que el exceso de alimento o el alimento inadecuado perjudica el cuerpo. Lo importante no es comer, sino digerir, no es leer, sino rumiar.
No abrir libros es sabiduría. Sin embargo, la escuela nos enseña a leer, pero no nos enseña a no-leer. Entre tanto, el secreto de la lectura reside allí: en la no-lectura, que no es una actitud pasiva, sino activa. No es ausencia de lectura, sino una actividad organizadora y selectiva de la lectura, para no dejarse ahogar o deformar por los libros.
Hace algunos años di un curso para profesores indígenas, en el corazón de la floresta amazónica. Era a fines de octubre. Cuando llegué, la choza estaba toda embanderada para conmemorar el día del profesor. En un lugar donde era difícil encontrar papel, las banderolas habían sido confeccionadas con páginas de libros enviados por órganos gubernamentales. Eran todos absolutamente inútiles. Pensé entonces, que ese había sido el mejor destino para aquel veneno letal.
El historiador carioca Marcelo Lemos, mi amigo, cuyo apellido – en portugués - es una (in)citación a la lectura colectiva, me envió los diez mandamientos redactados por Daniel Pennac, que contienen los derechos del lector: 1. El derecho de no leer; 2 – El derecho de saltar páginas; 3 – El derecho de no terminar el libro; 4 – El derecho de releer; 5 – El derecho de leer cualquier cosa, inclusive lo que se considera ruin; 6 – El derecho al bovarismo, enfermedad textualmente transmisible; 7 – El derecho a leer en cualquier lugar, inclusive en el inodoro; 8 – El derecho a leer una frase aquí y otra allí; 9 – El derecho a leer en voz alta o en voz baja; 10 – El derecho a callarse sobre aquello que leemos, porque nuestras razones para leer son tan extrañas como nuestras razones para vivir y nadie puede invadir nuestra intimidad.
Si Ud. dedicó preciosos minutos a la lectura de esta columna, se dio cuenta que no estoy borracho, pero cometo una aparente contradicción. Las ideas que expongo aquí no existirían sin la lectura de cuatro libros abajo citados. Sin embargo, no menciono toda la larga lista de libros que dejé de leer, excepto dos de ellos: “Presidentes da Academia Amazonense de Letras – 1918 a 2006” (Valer – Manaus, 2006) e “Titulares da Academia. Perfis Acadêmicos” (Manaus – 1997) ambos del mismo autor, Robério dos Santos Pereira Braga, el eterno secretário de cultura de Amazonas. ¿Cómo será que los nuevos lectores formados por la Flifloresta van a encarar ese tipo de libro?
P.S. – Ah, antes que me olvide, Luiza, excelente poeta, además de lectora crítica, después entendió que, aquel día, yo solamente había bebido los siguientes autores:
i) Arthur Schpenhauer (1851): Sobre livros e leitura.Tradução de Philippe Humblé e Walter Costa. Florianópolis. Paraula. 1993; ii) Pierre Bayard: Comment parler des livres que l´on n´a pas lus? Paris. Minuit. 2007; iii) Juan Domingo Arguelles: Que leen los que no leen? México. Paidos. 2003; iv) Michèle Petit: Lecturas: del espacio íntimo al espacio público. Mexico. Fondo de Cultura. 2001