CRÔNICAS

Thiago de Mello existe?

Em: 24 de Agosto de 2014 Visualizações: 65246
Thiago de Mello existe?
A literatura não é outra coisa senão uma mentira que diz a verdade” (J. L. Borges )
 
O que é fato e o que é invenção? Há três anos, o escritor Milton Hatoum deu conferência magistral sobre a fronteira porosa entre ficção e realidade na abertura do V Encontro de Letras e Artes em Campos dos Goytacazes (RJ), cujo tema era territórios da memória. Tive a sorte de ouvi-lo, porque os organizadores também me convidaram para falar sobre a história da língua e sua relação com a identidade. Fomos juntos. No caminho, na estrada, relembramos fatos vividos desde 1981, quando nós dois, amazonenses, nos conhecemos - incrível! - em Paris, num jantar na casa do escritor peruano Julio Ramón Ribeyro.

Mas a história inacreditável que Milton Hatoum narrou para um auditório lotado que se deslumbrou, essa eu não conhecia. Foi assim. Quando ele era professor na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em 1984, foi procurado pelo conhecido jornalista inglês, Bob Misleading, da BBC, que preparava reportagem sobre o cientista britânico Joseph Oversea, assassinado por um índio, em meados do século XIX, nos arredores de Manaus.
Milton conhecia muito bem relatos de vários naturalistas que viajaram pela Amazônia, mas nunca ouvira falar naquele nome:
- Joseph Ovearsea? I don't know.
Bob explicou que o cientista era desconhecido porque era gay e viveu em plena era vitoriana. Por isso, foi censurado pelo puritanismo dominante e condenado ao anonimato. A rainha Vitória, nos 64 anos de seu reinado, manteve-o no ostracismo, apagou-o dos arquivos e até proibiu a publicação do seu livro, onde havia um desenho a bico de pena que retratava uma cachoeira em Manaus.
- Quero localizar esta cachoeira, que é o túmulo do Oversea, morto, em 1850, com uma flechada que lhe perfurou o coração, atirada por um índio Passé - disse Bob, exibindo para Milton a gravura dentro do livro. Acrescentou que a reportagem que preparava para a BBC era a forma de tornar conhecido o injustiçado cientista.
A cachoeira
Não foi tarefa fácil. Hatoum conhece bem Manaus, mas a cidade mudou muito depois de século e meio de história. De lá pra cá, igarapés foram aterrados, rios morreram e viraram esgoto, ruas ocuparam o lugar da floresta, carros substituíram canoas. O escritor convidou o jornalista a percorrer os bairros em busca de cachoeiras. Passaram pela Cachoeirinha na terceira ponte, visitaram o Tarumã, o Mindu, as Pedreiras, observando tudo, até que na subida do bairro de São Jorge, se detiveram na Cachoeira Grande, que serviu ao primeiro sistema de captação de água de Manaus.
- Foi aqui - gritou Hatoum, animado.
O jornalista Bob Misleading confirmou, depois de comparar a paisagem que via com a gravura antiga. Fez, então, ali mesmo, várias tomadas para a BBC: shots, takes and the devil at four. À noite, jantaram uma costela de tambaqui no Canto da Peixada. O gringo, que era chegado numa cachaça, emborcou dez caipirinhas. Chegou no hotel catando cavaco. No dia seguinte, voltou pra Londres, Milton foi dar aulas na Universidade e os dois não se falaram mais.
Cinco anos depois, Milton Hatoum decidiu fazer uma biografia do naturalista assassinado. Entrou em contato com uma amiga que morava em Washington, pedindo que buscasse dados sobre Joseph Ovearsea na Biblioteca do Congresso, que tem TUDO o que foi publicado no planeta terra. No entanto, no acervo com 160 milhões de títulos, entre os quais 40 milhões de livros catalogados e 70 milhões de manuscritos em mais de 500 idiomas, nada havia sobre o mencionado cientista. Nem uma vírgula. A férrea censura vitoriana tinha sido eficaz.
Intrigado, Hatoum viajou a Londres e procurou o jornalista no endereço da BBC, em Portland Place, mas Bob havia sido demitido. Uma secretária chamada Scarlett forneceu o telefone da Bloomberg TV, onde ele agora fazia uns bicos. Marcaram um encontro num pub em Portobello Road, no bairro Notting Hill. Lá, numa taverna hash house, que é o nosso popular dirty foot, Milton falou de seu projeto literário e perguntou onde podia consultar documentos relativos a Oversea. A resposta foi uma gargalhada de Bob, que continuava cachaceiro e já estava na décima dose de dry gim:
- Milton, eu não te falei? Joseph Oversea foi uma invenção minha, eu criei o personagem e a história.  
- Mas eu vi a cachoeira. E a imagem da cachoeira?
- Ah, essa foi uma gravura que retirei do livro A narrative of travels of the Amazon and Rio Negro do botânico Alfred Russel Wallace.
Caboco Suburucu
O auditório, hipnotizado, escutava Milton Hatoum, que discorreu sobre a ambiguidade entre o real e o ficcional sempre presente na literatura. Comentou que um texto ficcional não é um relato factual do que aconteceu, mas aquilo que poderia ter acontecido, que explode na consciência e na memória do escritor e toma forma de discurso. Concluiu sua conferência com frase de impacto:
- Oversea não existia, mas passou a existir depois que Bob o inventou e existe agora, para vocês, neste momento em que acabo de contar sua história.   
O público aplaudiu efusivamente o conferencista, grato pelo sopro que deu vida a Oversea. Fiquei tão maravilhado, achei tão engenhosa a forma de expor a questão que sai repetindo a história em minhas aulas, nas rodas de conversa e nos mares da vida. Um mês depois, viajo a Brasília e encontro lá Thiago de Mello, para quem faço um resumo da conferência, ainda embriagado de entusiasmo. O poeta me ouve com um sorriso moleque e quando termino diz:
- O Milton já tinha me contado. Mas ele não te falou que esse jornalista da BBC também não existe? Nunca existiu, nem o cientista, nem o jornalista. Ambos são personagens do Milton Hatoum, essa história nunca aconteceu, é tudo invenção do escritor.
Fiquei mais maravilhado ainda com esse final e o incorporei à narrativa que costumo fazer em sala de aula. Numa das vezes, uma aluna me perguntou:
- Professor, e o Thiago de Mello? Ele existe mesmo?
Com o espírito do Milton Hatoum, respondi que se o Thiago de carne e osso existe, eu não sei e também não importa. Sei que ele é um personagem, uma invenção dos cabocos amazonenses e dos leitores espalhados pelo mundo, incluindo a própria aluna perguntadora, que conhecia de cor e salteado "Os Estatutos do Homem" traduzido para mais de 30 idiomas. Thiago de Mello existe porque é lido com prazer e, agora, aos 88 anos, surge como candidato a uma vaga na Academia Brasileira de Letras que nunca abrigou um amazonense e, portanto, não será inteiramente brasileira, enquanto uma de suas cadeiras não for ocupada por um caboco suburucu popa de lancha, bandeira azul.
P.S. - Como o tema se prestava para tal, preenchi com a imaginação as lacunas da memória sobre a conferência, que foi efetivamente dada em outubro de 2011, em Campos. Invoco o testemunho do próprio Milton e da professora de literatura brasileira da Universidade Federal Fluminense, Stefania Chiarelli, presente no carro na viagem para Campos e que também deu uma conferência sobre o seu livro Vidas em trânsito: as ficções de Samuel Rawet e Milton Hatoum publicado em 2007. O referido é verdade e dou fé. 

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75 Comentário(s)

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comentou:
07/11/2021
Relendo esse texto maravilhoso. Bessa o bom da trama é o que bom vem sempre depois...
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Elane Cristina comentou:
21/05/2015
Fiquei pensativa. A conferencia realmente existiu? Ou foi invencao? rs (Teclado sem acentos. Perdoe-me).
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Stefaia comentou:
28/01/2015
Finalmente posso agradecer a menção e dizer o quanto apreciei crônica e viagem. Beijos!
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Camilla comentou:
02/09/2014
Muito boa crônica, professor!! Aliás, o senhor é realmente um ótimo escritor!
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31/08/2014
Crônica com sabor ficcional , colocando em apreciação a possibilidade de se confundir ficção e realidade. À medida que o tempo passa, os mais antigos encaram a realidade como ficção no presente e os jovens acreditam ser ficção os acontecimentos dos fatos anteriores, se confundindo notícias de jornal com uma crônica fictícia da época. O ponto de vista cria o objeto. Gostei muito, mas ficaram a dever as características de um texto ficcional que o diferencia de um real. Marlene Vieira Perez - MPerez Contato de Marlene Vieira Perez
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Adriana Chaves (Blog Amazonia) comentou:
29/08/2014
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Yuri Pires (via FB) comentou:
29/08/2014
Que história (ou estória) genial... Mas não é sempre assim com a literatura?
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Ander Gongande (blog da Amazonia) comentou:
29/08/2014
E ninguém reparou que o sobrenome do jornalista era Misleading (enganador em inglês)…..rsrsrs
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Mel comentou:
29/08/2014
Linda crônica. Agora ele não existe só para você, existe para todos nós e faremos existir para outras pessoas também. É uma teia :)
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Maria Lucia Rangel (via FB) comentou:
28/08/2014
Se alguém souber, me explica. O Globo dá uma nota dizendo que "a eleição de Ferreira Gullar, único candidato à vaga de Ivan Junqueira na ABL, será dia 9 de outubro. Mês em que também serão escolhidos, por unanimidade, o escritor Evando de Mello, para a cadeira de João Ubaldo, e o jornalista Zuenir Ventura para o lugar do dramaturgo Ariano Suassuna". Já aconteceu a votação na ABL? E os outros candidatos? Hoje Ancelmo Gois fala que Olga Savary se inscreveu na ABL para a vaga de Suassuna. E o poeta Thiago de Mello, por quem estou torcendo, também é candidato. Para que não conhece Thiago, um pouquinho dele em outra crônica deliciosa de José Bessa.. Não deixem de ler. É uma delícia mesmo.
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Nora comentou:
28/08/2014
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Jaime Salgado comentou:
28/08/2014
Admirável cronica de José Ribamar Bessa Freire, mostrando o Gênio Literário desse brilhante escritor amazonense que é Milton Hatoum. Quanto a existência de Thiago de Mello hoje aos 88 anos, também renomado poeta é uma satisfação confirmar que ele existe ;Juntamente com Thiago e sua irmã Julia fiz o curso elementar no Grupo Escolar José Paranaguá, em Manaus. Sem duvida que o Amazonas pode ser representado na ABL. Contato de Jaime Salgado
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Heliete comentou:
28/08/2014
Melhor impossível, concordo com a Nilda abaixo! Obrigada pelo alento. Para jornalistas que se aventuram agora na ficção, e às vezes ainda se constrangem com a "viagem", o texto serve de apoio moral inestimável. E viva o Thiago de Mello, que ainda emociona a gente.
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Hélio de Oliveira comentou:
25/08/2014
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Ana comentou:
25/08/2014
O texto me levou a uma Reflexão tão profunda... Lembrei de tantos comentários de escritores a respeito de seus próprios textos quanto a esse tema, que me deu um nó. E, lendo os comentários, também fiquei na dúvida quanto a ser um acadêmico hoje em dia, sempre digo que se Guimarães Rosa soubesse de alguns que entraram depois dele, não teria infartado...
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Daniele Lopes comentou:
25/08/2014
A ficção faz parte da nossa história!!!!!!!
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Marilza de Mello Foucher comentou:
25/08/2014
Belíssima crônica, tu entras na pele dos 3 personagens e leva teu leitor amazonense como eu, a percorrer a memória urbana de Manaus com seus inúmeros igarapés. Neste passeio por Manaus, capital da pátria d'água, tu me levas a encontrar com o escritor amigo Milton Hatoum, com o primo Thiago de Mello e o louco fantástico do jornalista gringo, além de outros escritores, jornalistas entre outros personagens que habitam na memória deste nosso território de saudades. Tua narrativa na certa também ja ganhou outros personagens, pois você têm também esse dom de contador de historias! E cada vez que relatas uma historia ela ganha uma nova versão... Isto é o dom dos escritores...Milton, Thiago e você formam um bom trio. Desejo que a Academia Brasileira de Letras reconheça a pluma deste grande escritor poeta que é Thiago de Mello.O Thiago de Mello existe posso te confirmar e ele sempre passa por aqui na casa da fraternura e juntos saboreamos um bom uísque, um bom vinho logicamente acompanhado da excelente cozinha de Pascal.
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VANIA TADROS comentou:
25/08/2014
O Thiago de Mello existe sim, mas para percebê-lo é preciso descobrirmos o que resultou da sua formação com elementos da Amazônia fantasmagórica, mágica e misteriosa. E é esse Thiago que vai se mostrar na ABL e com nossas mandingas e magias desfazerá as más energias que o Zé Sarney deixou por lá. Ele não é um homem qualquer. Ele entra, fala e escreve com jeito de caboco e encanta como um boto. Joseph Oversea Very Much, também existiu. Era descendente de holandeses e trocado por machadinhas dos franceses coloniais porque ele não queria saber de cortar madeira para enfeitar o Palácio de Queluz, em Portugal. Preferiu contar estórias para as crianças e jovens índios incentivando-os a tomarem parte de várias revoltas contra brancos leigos e religiosos. Criou um DND que deu origem a pessoas que amam índios e seu neto está até hoje convivendo com indígenas.
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VANIA TADROS comentou:
25/08/2014
O Thiago de Mello existe sim, mas para percebê-lo é preciso descobrirmos o que resultou da sua formação com elementos da Amazônia fantasmagórica, mágica e misteriosa. E é esse Thiago que vai se mostrar na ABL e com nossas mandingas e magias desfazerá as más energias que o Zé Sarney deixou por lá. Ele não é um homem qualquer. Ele entra, fala e escreve com jeito de caboco e encanta como um boto. Joseph Oversea Very Much, também existiu. Era descendente de holandeses e trocado por machadinhas dos franceses coloniais porque ele não queria saber de cortar madeira para enfeitar o Palácio de Queluz, em Portugal. Preferiu contar estórias para as crianças e jovens índios incentivando-os a tomarem parte de várias revoltas contra brancos leigos e religiosos. Criou um DND que deu origem a pessoas que amam índios e seu neto está até hoje convivendo com indígenas.
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luiz pucu comentou:
25/08/2014
Professor, esse lance da realidade-ficção, é igual poesia e prosa; são fundidas, sem ordem de entrada, para incentivar a criação de um texto-porreta. Só na mistura que a estória da história se mostra para os olhares atentos. Meu irmão Marcio contou que esteve, recentemente, com o poeta Thiago de Mello e o compositor amazonense Carapeta que, na ocasião, cantou o refrão de um coco da sua autoria : Ao meu redor\ só escapa quem avoa... Abraço de pétala e aço; Luiz Pucú PS ~Estou perto do forno com o meu Luar sem Paradeiro sem a tua opinião.
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Raimundo Nonato Souza comentou:
25/08/2014
Genial, Babá. Você, sim, não existe mesmo!
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carmo de maria araujo comentou:
25/08/2014
Bela cronica. Iluminou meu dia! Professor, uma abraço.
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Luciana de Paula (via FB) comentou:
24/08/2014
Eu li com um prazer especial esse texto. Em 2004, fiz um programa especial, exibido nacionalmente pela TV Cultura, sobre o Golpe de 1964 e o Cinema. Entrevistei vários atores e cineastas, entre eles o Coutinho, Nelson Pereira, Neville, Barretão, Milton Goncalves, etc. E citei o Thiago de Mello. Poucos dias depois da exibição, recebi um email muito elogioso, me parabenizando pelo programa e até citando uma ou outra parte. Assinado: Thiago de Mello. Eu fiquei (e fico até hoje! rs) com aquela felicidade contida... vontade de abrir o maior sorriso do mundo, contar pra todos e escrever pra ele agradecendo muito, dizendo que é uma honra, enaltecendo sua obra. Mas e se não fosse ele? Na dúvida, agradeci muito, disse que fiquei honrada com a audiência e os elogios. Mas não enalteci a obra, nem comentei com ninguém. Vai que o Thiago de Mello não era o Thiago de Mello... Até pensei em perguntar, mas quem me garante que a resposta ia ser verdadeira? rs
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Clelia (via FB) comentou:
24/08/2014
É de ler lambendo os dedos, delícia de crônica. Recomendo. Escrita pelo José Bessa , de quem sou fã e parente mas também uma crítica sem piedade.
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Bebeth Lissovsky (via FB) comentou:
25/08/2014
Muito bom! Os portugueses se lambuza(ra)m com essa falta de limites, né. Pessoa; Abelaira; Saramago..
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Maria Camargo (via FB) comentou:
25/08/2014
"O referido é verdade, e dou fé". Será? Sobre Milton Hatoum, Thiago de Mello, Joseph Oversea e as armadilhas da ficção. Crônica deliciosa do José Bessa que roubei do mural da Clelia.
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Clarisse Fukelman (via FB) comentou:
24/08/2014
Ótimo texto, a gente vai direto. Mas esse papo vai longe e essa sempre provocativa questão da falta de limites entre verdade e ficção, na vida nossa do dia a dia, é mesmo um bom álibi pra mentiroso. E viva Thiago de Mello. Até que enfim. Isso é um bom trabalho da Cobra Grande, do Curupira, da Vitória Régia e...do muiraquitã!
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Yeda B Oliveira comentou:
24/08/2014
Fantástico! Verdadeira "Estória de Caboco".
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24/08/2014
Me parece que na realidade não sabemos ao certo onde termina a realidade e começa a fantasia, quantos mitos existiram e foram tão importantes para a própria evolução do homem? Acho que também vou contar esta história para meus amigos. Contato de gerusa pontes de moura
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vania tadros comentou:
24/08/2014
Grande Thiago de Mello existe sim. É uma produção da maravilhosa Amazônia. Sua sensibilidade captou com maestria aquilo que deveria escrever sobre a Amazônia. Fico muito feliz porque merece fazer parte da ABL.
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vania tadros comentou:
24/08/2014
Grande Thiago de Mello existe sim. É uma produção da maravilhosa Amazônia. Sua sensibilidade captou com maestria aquilo que deveria escrever sobre a Amazônia. Fico muito feliz porque merece fazer parte da ABL.
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Nivia Eutropio comentou:
24/08/2014
Obrigada!! adorei e compartilhei. Tenho a maior paixão por HIAGO DE MELLO .E o melhor de tudo ele existe...
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esteban comentou:
24/08/2014
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Saulo Bro (Blog Amazonia) comentou:
24/08/2014
Adorei o texto. Mas, se vero for (ao menos um tico da crônica) : Bob MISLEADING?
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Saulo Bro (Blog Amazonia) comentou:
24/08/2014
Adorei o texto. Mas, se vero for (ao menos um tico da crônica) : Bob MISLEADING?
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vania novoa tadros comentou:
24/08/2014
Grande Thiago de Mello existe sim. É uma produção da maravilhosa Amazônia. Sua sensibilidade captou com maestria aquilo que deveria captar da Amazônia. Fico muito feliz porque merece fazer parte da ABL.
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vania novoa tadros comentou:
24/08/2014
Grande Thiago de Mello existe sim. É uma produção da maravilhosa Amazônia. Sua sensibilidade captou com maestria aquilo que deveria captar da Amazônia. Fico muito feliz porque merece fazer parte da ABL.
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Mauro Souza comentou:
24/08/2014
Lindo texto, Bessa! Um mestre na arte de contar histórias que criam o sentido da leitura que envolve e surpreende.
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Paulo Suess comentou:
24/08/2014
Olá, Bessa, muito bom o artigo. Agora sei você porque você nunca conseguiu terminar seus textos para o Porantim. Era impossível terminar, porque os artigos eram uma espécie de ficção... Talvez nem o Porantim existiu... Abraço, Paulo
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Idelber Avellar comentou:
24/08/2014
É espetacular e borgeana a coluna de José Bessa hoje
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Silvio tendler comentou:
24/08/2014
Que crônica saborosa. Orgulho de ter dormido na mesma cama que você. Está abasolvido da crônica sobre o Luoiscínio revolucionario, rs.Era tuado verdade. E meu ex-sogro, nosso Thiago merece a academia. Silvio Tendler
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Esther Largman (via email) comentou:
24/08/2014
É muito bom, mesmo, Joana. Texto dentro de outro, parece aquelas bonecas russas, uma dentro da outra, só que alteram o tamanho. Li um conto de Rubem Fonseca, não parecido, mas muito engenhoso também. Um sujeito que é parecido com um escritor e assume sua pessoa num congresso internacional. .
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24/08/2014
Que sopro de poesia! Adorei esta crônica e aproveito para dizer que atualmente Milton Hatoom é o melhor escritor brasileiro. Agora melhor ainda. Que Thiago de Mello entre para uma cadeira entre os imortais! Excelente crônica esta José Ribamar!! Gostei demais de conhecê-lo. Contato de Selma Calasans Rodrigues
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24/08/2014
Que sopro de poesia! Adorei esta crônica e aproveito para dizer que atualmente Milton Hatoom é o melhor escritor brasileiro. Agora melhor ainda. Que Thiago de Mello entre para uma cadeira entre os imortais! Excelente crônica esta José Ribamar!! Gostei demais de conhecê-lo. Contato de Selma Calasans Rodrigues
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Rosalina Inácio Fumo comentou:
24/08/2014
Crônica bastante rica e linda. Isto prova que o Homem é quem cria o personagem.
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Rosalina Inácio Fumo comentou:
24/08/2014
Crônica bastante rica e linda. Isto prova que o Homem é quem cria o personagem.
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Plinio comentou:
23/08/2014
Quando Thiago voltou ao Brasil, o Prof. José Barbosa e eu assinamos atestado declarando que não tinha condições de ser "retido" ou submetido à "interrogatórios". Fomos "questionados"....
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Alfredo comentou:
23/08/2014
José, Delicioso, inteligente, na ilharga rotineira da genialidade que lhe é própria.
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Tadeu Veiga (via FB) comentou:
23/08/2014
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Olivia Maria Maia comentou:
23/08/2014
Vixe, vixe... E agora...Será que eu existo? rs. Maravilhosa Crônica, Bessa. Uma verdadeira aula sobre ficção e realidade. Abraços amazônicos.
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Ana Claudia Lima e Alves comentou:
23/08/2014
Bessa, querido, suas crônicas maravilhosas sempre me evocam fatos e gentes do mesmo calibre. Me lembrei de seu Ico, tocador de sino, cantador de hinos e reconhecido contador de casos de Pirenópolis. Um dia perguntamos se a história que ele estava narrando tinha mesmo acontecido assim e ele respondeu "a gente vai interando..." Bjs Ana
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Paulo Figueiredo comentou:
23/08/2014
Uma belíssima crônica, plena de inteligência e talento. Como é gratificante ler seus belos textos, meu irmão querido.
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Falcão Vasconcellos comentou:
23/08/2014
Li a crônica de um gole só. Conheço o Milton, o Tiago e você também , de sobra, Babá Bessa. Já incorporei as histórias-ficções-história. Invenções de viveres. Bravo. Quanto ao TM, Academia nele, já. Na Academia, Tiago já. A propósito faz tempo que digo e escrevo o seguinte. Não é verdadeiramente brasileiro, quem não conhece de corpo presente um tantinho que seja, e que não que tenha viajando pelo menos uns dias pela imensidão da Amazônia Brasileira, que é muitas.
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Falcão Vasconcellos comentou:
23/08/2014
Li a crônica de um gole só. Conheço o Milton, o Tiago e você também , de sobra, Babá Bessa. Já incorporei as histórias-ficções-história. Invenções de viveres. Bravo. Quanto ao TM, Academia nele, já. Na Academia, Tiago já. A propósito faz tempo que digo e escrevo o seguinte. Não é verdadeiramente brasileiro, quem não conhece de corpo presente um tantinho que seja, e que não que tenha viajando pelo menos uns dias pela imensidão da Amazônia Brasileira, que é muitas.
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Ana Chrystina (via FB) comentou:
23/08/2014
Olá, campistas!!! Um belo texto de meu amigo José Bessa , onde cita a cidade!!!
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Carmen Lucia Pessanha (via FB) comentou:
23/08/2014
Um primor de aula, Ana Chrystina! Isso me traz o meu inesquecível amigo André Trouche, quanto discutia os fios entre literatura e história...
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Milton comentou:
23/08/2014
Genial, Bessa. Tu inventaste uma história inventada e o resultado desse gaveteiro chinês é excelente. Ri um bocado e senti saudades do encontro em Campos e da viagem de volta para o Rio. Obrigado pela citação da palestra e pelas belas palavras, que não mereço. Thiago deve ter rido muito. Nosso poeta e querido amigo é um grande contador de histórias. Como sei que tu gostas da obra de J. Cortázar, quem sabe não escreves uma crônica sobre esse grande escritor? Rayuela (O Jogo da Amarelinha) está completando 50 anos. Segundo o próprio Cortázar, o melhor estudo crítico sobre a obra dele foi escrito por Davi Arrigucci Jr. (O Escorpião Encalacrado), crítico e professor aposentado da USP.
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Manu comentou:
23/08/2014
E você, Bessa, existe mesmo? kkkkkk
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Juiana,a desorientanda comentou:
23/08/2014
Essa eu já sei de cor!!!! Rsrsrs! Mas sempre é bom escuta-la!
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Cyrino comentou:
23/08/2014
Babá eu achava que tu já havias escrito essa história e que eu tivesse perdido a leitura, porque naquele dia em que nos contaste (comendo a buchada da Lenoca), teus olhos brilhavam enquanto destacavas com alegria a força e importância que a "mentira" tem para o escritor, daí eu achar que irias escrever logo. Que bom te ver escrevendo sobre coisas inteligentes, como os mistérios metafísicos da criação da fantasia, da literatura... Pessoa não se referia somente aos poetas quando escreveu Autopsicografia,..
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Cristina Morel comentou:
23/08/2014
Adorei! Este Bessa não existe!
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Aurelio Michilles (via FB) comentou:
23/08/2014
Mais uma deliciosa cronica do Baba
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Walfredo Rego (via FB) comentou:
23/08/2014
Aurelio Michiles está pávulo de razão quando elogia mais uma crônica do mito amazônico José Bessa (Babá, para os privilegiados). O "causo" que JB compartilha sobre Milton Hauton (outra lenda cabocla) nos delicia, quando conta uma (h)istória - do tempo em que o buraco era mais embaixo - é pai-d'égua! Com a reconhecida e inquestionável inteligência, Babá, depois de várias remadas em sua canoa intemporal, coloca Thiago de Mello em uma cadeira vazia na Academia Brasileira de Letras, onde o mano Thiago (Boto II) já deveria estar desde o século passado. O que posso acrescentar, neste comentário itacoatiarense, é que os caboclos citados não existem. São todos mitos ou lendas criadas no coração da floresta. O que existem, de fato, são suas transformadoras e belas obras. Leiam ou leiam o texto! Taquiprati, mano Babá'!
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Azucena (via FB) comentou:
23/08/2014
Obrigada por me apresentar ele, agora, eu posso falar que sim, Thiago de Mello existe!. Reproduzo aqui Os Estatutos do Homem
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Maria Barreto comentou:
23/08/2014
Voce, eu tenho certeza que existe.
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Nilda comentou:
23/08/2014
Com esta eu começo o próximo semestre no meu grupo de pesquisa, já que trabalhamos com imagens e narrativas. Melhor, quase, impossível > temos que achar que sempre pode acontecer, pois nossa experiência mostra isto. Grande abraço Nilda
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Marco comentou:
23/08/2014
Muito bom! Fiquei apenas com uma certeza e uma dúvida. A abl não é lugar para gente do quilate de Thiago de Mello. E Milton Hatoum existe? Ou seria ardilosa invenção de José Oversea?
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Gê Caleffi(via FB) comentou:
23/08/2014
Marco,voce tem razáo se for para a ABL do Sarney, do Marco Maciel, do Arnaldo Niskier, do Aurelio de Lira Tavares, do marechal Castelo Branco, essa ABL não é a casa do Thiago de Mello. Mas tem a ABL do Machado de Assis, da Ana Maria Martins, do Ariano Suassuna, do João Ubaldo, do Marco Luchesi, teu xará. Essa ABL merece ser a casa do Thiago. O Zuenir que espere um pouco mais. Nós, amazonenses, não temos qualquer representante, nem nunca tivemos na ABL, o que é uma vantagem se for a primeira ABL, mas uma desvantagem se for a segunda
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Ana Stanislaw comentou:
23/08/2014
Kkkkk Adorei, Bessa. Só você mesmo para nos brindar com essa deliciosa e ficcional crônica. Estou na torcida do Thiago de Mello.
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Paulo Bezerra comentou:
23/08/2014
Thiago de Mello, não fala, declama !! Que a sua imortalidade seja, enfim, reconhecida pela ABL.
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Dau Bastos comentou:
23/08/2014
Crônica lindíssima, querido Bessa! Passarei a contá-la pros meus alunos.
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