CRÔNICAS

O Ministro da Saúde e os nove monstros

Em: 19 de Abril de 2020 Visualizações: 16022
O Ministro da Saúde e os nove monstros

 “Nunca, senhor ministro da Saúde, foi a saúde tão mortal! (...)

Senhor ministro da Saúde: o que fazer?” (Cesar Vallejo, 1937)

Um ano antes de sua morte ocorrida numa sexta-feira santa, em Paris, em 1938, o poeta peruano César Vallejo escreveu Os nove monstros, contendo questões premonitórias sobre esses tempos sombrios de Covid-19. O poema interpela o poder do Estado simbolizado no ministro da Saúde. Acena para a cruel desigualdade social, criada pela cupidez, que nega o pão a muitos em nome do lucro de poucos, gerando aflição, sofrimento, agonia. Revela a dor que se multiplica velozmente pelo planeta:

E, desgraçadamente,

a dor cresce no mundo a cada instante,

cresce a trinta minutos por segundo, passo a passo,

e a natureza da dor é a dor duas vezes”...

Por que os monstros, que só aparecem de forma enigmática no título do poema, são nove? Os exegetas deram diferentes respostas: uns leram nas entrelinhas a luta por justiça social presente na estrofe inicial e na última, ambas de nove versos; outros viram Cristo, símbolo da fraternidade e do sofrimento, crucificado e morto na hora nona (Marcos 15:25). De qualquer forma, o poema nos incita a localizar os nove monstros hoje no Brasil: 1) a desigualdade social; 2) a saúde como mercadoria; 3) as políticas públicas; 4) os recursos; 5) a estrutura hospitalar; 6) a corrupção; 7) a politicagem; 8) a ética; 9) a desmobilização política.

A eugenia

Tais monstros emergem nas respostas à pergunta: - Senhor ministro da Saúde, o que fazer? O oncologista e empresário Nelson Teich, antes de tomar posse nessa sexta (17), escancarou alguns monstrengos em painel no 9º Fórum de Oncoguia no ano passado. Ele começa falando de grana e termina defendendo ideias de seleção natural que no I Congresso Brasileiro de Eugenia, em 1929, culpava pelas epidemias “negros de inteligência inferior” e “índios indolentes e selvagens”. A fala eugenista do ministro desloca critérios de seleção, desta vez não de raça, mas de idade, isto como política pública. Ele não reivindica verbas para a saúde pública, considera normal sua falta:

- “Como você tem dinheiro limitado, você vai ter que fazer escolhas. Vai ter que definir onde vai investir. Eu tenho uma pessoa mais idosa que tem uma doença crônica avançada e ela teve uma complicação. Para ela melhorar eu vou gastar praticamente o mesmo dinheiro que eu vou gastar em um adolescente que está com problema. O mesmo dinheiro que eu vou investir. É igual. Só que essa pessoa é um adolescente, que vai ter a vida inteira pela frente e outra é uma pessoa idosa, que pode estar no final da vida. Qual vai ser a escolha?”.

Se a idosa fosse a mãe do ministro e o jovem um negro favelado, a lógica e a escolha dele seriam outras, não há falta de recursos para quem pode pagar um plano caro, apenas para quem depende exclusivamente do subfinanciado Sistema Único de Saúde (SUS). Nelson Teich construiu sua carreira na saúde privada, fundou a empresa Clínicas Oncológicas Integradas e criou Teich Heath Care para vender consultoria de gestão à saúde. Sua visão não parte da ótica da saúde pública, mas da privada. O seu discurso, que menciona o dinheiro várias vezes, omite medidas de políticas públicas de saúde. Ignora os princípios éticos defendidos por Picquet Carneiro e outros mestres da UERJ, onde se formou custeado por verbas públicas.

 - “Economia e saúde não competem entre si” – discursou o ministro. Se é possível recuperar a economia, mas a vida não, vamos investir no que é recuperável, ele insinua, explicitando, sob o olhar vigilante de Bolsonaro, que” existe um alinhamento completo aqui entre mim e o presidente”. Talvez relembrasse a humilhação a que foi submetida a secretária de cultura Regina Duarte, que ensaiou um tímido passo de independência no discurso de posse. Ou o seu antecessor demitido por falta de “alinhamento”. Teich faz a apologia da saúde como mercadoria subordinada às leis do mercado.

Canoa da cloroquina

A saúde pública está sucateada. O Sistema Único de Saúde (SUS) não possui unidades de tratamento intensivo suficientes, nem equipamentos. Profissionais de saúde não contam com material de proteção, os recursos cada vez mais minguados são desviados em negociatas por todo o Brasil, com o caso exemplar de Sérgio Cabral e seu secretário Sérgio Cortes. Por que o dinheiro público é escasso para a saúde, mas ilimitado para as “rachadinhas” dos Flávio Bolsonaro, dos Queiroz et caterva? Um dos monstros é o da corrupção que não descansa nem na epidemia, que é aproveitada para fazer negócios escusos, como ocorre no Amazonas, o estado com a mais alta taxa de incidência do coronavirus.

 “O sistema de saúde no Amazonas está à beira do colapso” - escreve Fabiano Maisonnave, correspondente da Folha SP em Manaus. Vídeo gravado no hospital estadual João Lúcio mostra corredores com corpos à espera de remoção ao lado de pacientes e macas no chão. A saída foi utilizar contêiner frigorífico e embarcar na canoa da cloroquina pilotada por Jair Bolsonaro, como fez o governador Wilson Lima (PSC vixe vixe), jurando que ela “diminui a taxa de letalidade”. No entanto, as estatísticas “crescem a 30 minutos por segundo”, já são 145 óbitos até o momento em que escrevo a coluna e será outra no momento da leitura.  

Wilson Lima alugou por três meses o hospital particular Nilton Lins por R$ 2,6 milhões. Acontece que esse hospital não dispõe de qualquer equipamento, ao contrário da Beneficente Portuguesa a quem o Estado deve o dobro do valor a ser pago na negociata. Um juiz suspendeu o contrato determinando a devolução de R$ 1,3 milhão. O governador se recusou a cumprir decisão judicial, declarando que para suspender o contrato “só passando por cima de meu cadáver”.

A canoa da cloroquina navega com objetivos eleitoreiros da politicagem. Em plena pandemia, o presidente Bolsonaro troca o ministro, o governador Wilson Lima muda seu secretário de Saúde, ambos de olho na reeleição em 2022 e não nas vidas em jogo especialmente dos setores mais vulneráveis como são os povos indígenas.

Armas de luta

Nas vésperas da comemoração do chamado “Dia do Índio” morreu um Sateré-mawé, de 67 anos, que testou positivo para o coronavirus e que nos últimos meses não havia saído de sua aldeia, na margem do rio Marau, onde vivem 91 pessoas. Ele foi infectado na própria aldeia, onde mais dois parentes tiveram diagnóstico positivo da doença. Já são 26 os índios contaminados e 23 suspeitos à espera de confirmação. Senhor ministro da Saúde: o que fazer?”

A premonição de César Vallejo se estendeu também a analistas de sua poesia. Duas pesquisadoras da Universidade de Salamanca, Carmen Gonzalez e Luísa Gargia publicaram, em 1987, “Um universo dolorido: los nueve monstruos de César Vallejo”.  Trinta e três anos depois, a última frase do artigo parece ter sido escrita hoje:

“Cabe se perguntar como é possível levar a cabo uma luta exitosa contra um inimigo impiedoso, de origem desconhecida, que se multiplica gratuitamente com o único fim de destruir. Porta fechada a todo horizonte de esperança da mesma forma que é fechada a estrutura do poema”.

Para outros leitores, a esperança não morreu como no poema de Leminski:

En la lucha de clases

todas las armas son buenas

piedras,

noches,

poemas

Panelaços também. Os dois últimos versos de Cesar Vallejo, sem serem tão incisivamente militantes, incitam os deserdados a resistir contra os nove monstros:

¡Ah! desgraciadamente, hombres humanos,

hay, hermanos, muchísimo que hacer.

P.S. Duas defesas realizadas agora pela internet mostram que pesquisas apresentadas em teses e dissertações também “son armas buenas”: 1) “Silêncio na escrita: uma etnografia da escola Kayapó em tempos ecocidas” dissertação de Adriana da Gama Vidal na Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da UFF. Banca: Xoán Lagares (orientador) José R. Bessa (coorientador) Beatriz Protti e Consuelo Alfaro. 2) “Governo da língua e a necropolítica: o dispositivo colonial na cabanagem”, Texto de qualificação de Welton Diego Lavareda no Doutorado em Letras-Estudos Linguísticos da Universidade Federal do Pará. Banca: Ivânia Neves (orientadora), Aldrin Figueiredo, Isabel Rodrigues,  Mária do Rosário Gregolin e José R. Bessa.

Por sugestão de uma leitora, publicamos aqui o poema:

 

«Los nueve monstruos»

César Vallejo

Y, desgraciadamente,
el dolor crece en el mundo a cada rato,
crece a treinta minutos por segundo, paso a paso,
y la naturaleza del dolor, es el dolor dos veces
y la condición del martirio, carnívora, voraz,
es el dolor dos veces
y la función de la yerba purísima, el dolor
dos veces
y el bien de ser, dolernos doblemente.

Jamás, hombres humanos,
hubo tanto dolor en el pecho, en la solapa, en la cartera,
en el vaso, en la carnicería, en la aritmética!
Jamás tanto cariño doloroso,
jamás tanta cerca arremetió lo lejos,
jamás el fuego nunca
jugó mejor su rol de frío muerto!
Jamás, señor ministro de salud, fue la salud
más mortal
y la migraña extrajo tanta frente de la frente!
Y el mueble tuvo en su cajón, dolor,
el corazón, en su cajón, dolor,
la lagartija, en su cajón, dolor.

Crece la desdicha, hermanos hombres,
más pronto que la máquina, a diez máquinas, y crece
con la res de Rosseau, con nuestras barbas;
crece el mal por razones que ignoramos
y es una inundación con propios líquidos,
con propio barro y propia nube sólida!
Invierte el sufrimiento posiciones, da función
en que el humor acuoso es vertical
al pavimento,
el ojo es visto y esta oreja oída,
y esta oreja da nueve campanadas a la hora
del rayo, y nueve carcajadas
a la hora del trigo, y nueve sones hembras
a la hora del llanto, y nueve cánticos
a la hora del hambre y nueve truenos
y nueve látigos, menos un grito.

El dolor nos agarra, hermanos hombres,
por detrás, de perfil,
y nos aloca en los cinemas,
nos clava en los gramófonos,
nos desclava en los lechos, cae perpendicularmente
a nuestros boletos, a nuestras cartas;
y es muy grave sufrir, puede uno orar…
Pues de resultas
del dolor, hay algunos
que nacen, otros crecen, otros mueren,
y otros que nacen y no mueren, otros
que sin haber nacido, mueren, y otros
que no nacen ni mueren (son los más).
Y también de resultas
del sufrimiento, estoy triste
hasta la cabeza, y más triste hasta el tobillo,
de ver al pan, crucificado, al nabo,
ensangrentado,
llorando, a la cebolla,
al cereal, en general, harina,
a la sal, hecha polvo, al agua, huyendo,
al vino, un ecce-homo,
tan pálida a la nieve, al sol tan ardido!

¡Cómo, hermanos humanos,
no deciros que ya no puedo y
ya no puedo con tanto cajón,
tanto minuto, tanta
lagartija y tanta
inversión, tanto lejos y tanta sed de sed!
Señor Ministro de Salud: ¿qué hacer?
¡Ah! desgraciadamente, hombres humanos,
hay, hermanos, muchísimo que hacer.

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31 Comentário(s)

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Rodrigo Martins comentou:
23/04/2020
Boa tarde professor Bessa, tudo bem ? Realmente professor, é inacreditável o que estamos vendo nesse governo (nem mesmo nesse triste período de pandemia, observamos um olhar humanitário).A pandemia sabemos que terá um fim, mas as barbaridades do atual presidente e seus ministros "alinhados" parece não ter fim. Outro dia li o presidente que ao ser perguntado sobre o coronavírus, disse que não era coveiro. Ao ouvir isso, me lembrei do personagem Mersault do livro L' Étranger de Alberto Cammus, pois esse personagem tinha uma essência fria, sem muita reação e parecia não se importar com os acontecimentos de onde o enredo ocorria que era na Argélia e na qual ele acabou sendo protagonista de um episódio mais adiante. O personagem não demonstra carinho, afeto em momento algum. Vejo a frieza de Mersault presente nesse governo, infelizmente. abs querido professor. PS: Professor, muito legal saber das dua defesas que o senhor participou pela internet, show!!!!
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Bolivar Carvalho comentou:
23/04/2020
Essa substituição do Mandetta pelo Teich seria como tirar o Pelé e colocar o Paraná. Pra quem não sabe o Paraná foi bater um cornel e chutou a bandeirinha.
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Racismo Ambiental comentou:
22/04/2020
Publicado no blog Combate - Racismo ambiental - https://racismoambiental.net.br/2020/04/19/o-ministro-da-saude-e-os-nove-monstros-por-jose-ribamar-bessa-freire/
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Valter Xeu comentou:
21/04/2020
Publicado no blog Patria latina. http://www.patrialatina.com.br/o-ministro-da-saude-e-os-nove-monstros/
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Vera Nilce Cordeiro Correa comentou:
20/04/2020
Muito bom , Bessa ! Obgda. Eu estou em pânico com o qye está acontecendo em Manaus, onde tenho muitos familiares e muitos amigos, mas tb pelo povo de modo geral, jogado ao Deus dará
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Ana Maria Ximenes comentou:
20/04/2020
A POLITICAGEM, NO SEU NÍVEL MAIS BAIXO,GENTE! A SAÚDE COMO MERCADORIA?!...É INACREDITÁVEL,A QUE PONTO CHEGAMOS?...ATÉ QUANDO,VAMOS ASSISTIR INERTES?!
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Elias Torres comentou:
20/04/2020
Isso não é ministro e sim um sinistro. Olha mas não tem ninguém nesse desgoverno pra dizer, esse é o melhorzinho de todos. Toda esquerda brasileira tem que se unir pra derrubar esse governo maldito. Estou passando nervoso com eles.... Isso está me fazendo um mal terrível... nunca vi tantos patifes num um único governo.
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Peter Michael Frohnknecht (FB) 2 comentou:
20/04/2020
Barbara Yehudit Ferrante Hehe ... Eu só defendi a moralidade da escolha do jovem, quando necessária. Quanto ao resto, pouco sei, então aguardo notícias sobre atividades do ministro, e do TCU. A morte, para um médico, é feijão com arroz ... faz parte do dia a dia. Suponho que seja o motivo de tantos falarem nela com displicência. E era um médico falando pra médicos. Também já vi muitas mortes, então não me escandalizam mais. Exceto quando acontecem em massa, ou são desnecessárias.
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Barbara Yehudit Ferrante (via FB) 2 comentou:
20/04/2020
Peter Michael Frohnknecht meu ponto nunca foi levantar a questão sobre essa escolha cruel. A questão é o posicionamento de um medico de maneira tão isenta de emoção e interesse. 99% das pessoas que estão defendendo a colocação do médico, estão defendendo ELE. Se nao é seu caso fico feliz. Vc pode defender a moralidade da escolha do jovem sem necessariamente apoiar o ministro. Poderia inclusive ter dito "nao tenho ideia de quem seja e o que o motiva, mas a escolha do jovem em si eu concordo porém me impressiona a forma como o ministro abordou o assunto." Eu continuaria discordando pq a maneira fria e distante com que ele coloca o assunto de maneira burocrática e sem a menor empatia com os pacientes, a mim é moralmente inaceitável e condenável. Deixa claro as prioridades. Principalmente vindo de um médico. Mas essa é uma outra questão onde é necessário conhecer mais a fundo o foco e as escolhas do Sr. Ministro. Fato é que como Ministro da Saúde temos que ter alguém. Que foque NA SAÚDE! E ele como já assumiu publicamente, é um GESTOR e seu foco é na máquina. Não é difícil de enxergar.... mesmo que vc apoie o governo.
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Peter Michael Frohnknecht comentou:
20/04/2020
Aos 83 anos, sem nenhuma citação pra me apoiar, considero moralmente correto que, em estando eu e um jovem internados e precisando de respirador mecanico, o primeiro leito de UTI que desocupe vá pro jovem.
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Barbara Yehudit Ferrante (via FB) comentou:
20/04/2020
Peter Michael Frohnknecht uma coisa é até ser assim, outra um médico PREGAR isso! Já assisti muito médico falando disso. Todos falam desolados. Achando uma escolha injusta. Criticando o " por quê não mais um leito?". Médicos lutam por materiais, proteção, equipamentos, condições de trabalho, e leitos suficientes para JAMAIS precisarem fazer esta escolha. E se o fazem em algum momento, se abalam, esperneia, cobram mais ainda tamanha injustiça. Assim são os medicos que conheço e convivo de maneira bem próxima (que não são poucos), assim são os depoimentos que assisto e as pesquisas que leio. Esse, ele ANTES de médico, é GESTOR! Antes do PACIENTE, seu foco é o DINHEIRO. Então, me perdoe, mas é um absurdo um cara desses ser responsável pela saúde e vida de milhares de pessoas. Para mim, mais grave ainds foi a. declaração dele criticando o Mandetta pela compra de respiradores, porque SE SURGISSE um remédio ou vacina em breve, não teríamos o que fazer com os respiradores. Se alguém consegue defender isso eu já não sei mais nada.... Para mim é assustador demais e essa pessoa deveria ser mantida beeem distante da saúde pública.
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Lucio Carvalho comentou:
20/04/2020
E não deve ficar só na idade.. Mas o que dizer, se há sempre racionalizadores utilitaristas de todos os espectros a defender o mesmo sem meias palavras? Eu sou bem pessimista, mas Bolsonaro continua a meu ver confirmando muitas crenças brasileiras que extrapolam matizes e, incrível, não aranha vernizes. Fico pensando em até que ponto merecemos mesmo esse pesadelo.
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Marilza Abrahao Pires Rezende comentou:
20/04/2020
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Idelber Avelar comentou:
20/04/2020
Sempre espetacular e necessário, o professor José Bessa. O Taquiprati é o único blog que ainda leio em português
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Rosângela Bentes Campos comentou:
20/04/2020
Olha que bom saber que o único blog em língua portuguesa que você ainda lê é de nosso querido conterrâneo...
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Falcão Vasconcellos Luiz Gonzaga comentou:
20/04/2020
Escrita fina e perspicaz Vale a leitura e apreciação. Beleza pura, caro Babá
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Maria Verônica Vieira Moreira comentou:
20/04/2020
Durante 3 anos a pergunta nas escolas era: Esquerda ou Direita? Há 2 anos a Pergunta nos contratos de trabalho passou a ser a mesma aos candidatos; És comunista ou pró-mito? Atualmente quem faz esta pergunta é o hospital: És convidado-19 ou afetado privado? Na saúde indígena outra pergunta: És índio com maloca ou sem maloca? Aí para o morto é; aguarde vaga na geladeira ou na calçada? Pesadelo assombroso e duradouro.
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Ulisses Nogueira comentou:
20/04/2020
Tanta coisa importante esperando por um presidente centrado, e nós com esse psicopata brincando com a desgraça alheia.
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Renato Amram Athias comentou:
20/04/2020
Muito bom, Bessa excelente!!!!
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Valmir de Souza comentou:
20/04/2020
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Claudinei Alves comentou:
20/04/2020
Nhanderu vai dar um jeito nele
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Vanessa Dutkus comentou:
20/04/2020
Socorro, professor!!! Estamos indo de mal a pior....
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Marly Cuesta (via FB) comentou:
20/04/2020
E bota dor nesses tempos de #InsanoNoPoder!
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Marília Fontana (via FB) comentou:
19/04/2020
Eu não conhecia este poema do César Vallejo. Ainda que qualquer pessoa possa baixar na internet, acho que vc prestaria um serviço se publicasse o poema na íntegra. Obrigado por chamar a atenção para um dos maiores poetas em língua espanhola. O cara é genial.
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Celia Maria Teixeira comentou:
19/04/2020
O décimo monstro: ignorância
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Ana Silva comentou:
18/04/2020
Sensacional, o Bessa e o César Vallejo sabem das coisas. Esse covid e o psicopata que govrrno o nosso país estão matando muitas pessoas inocentes. Só Nhanderu para nos iluminar e manter a chama da esperança acesa em nossos corações! Tens razão, a poesia é única e atual.
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Celeste Correa comentou:
18/04/2020
É...nós estamos atravessando essa pandemia como se estivéssemos à deriva em alto mar. Os monstros  proliferados  em larga escala, agora agem e destroem com o maior cinismo,  fortalecidos pelo silêncio dos "bons", que nesse contexto de pandemia assistem  passivamente às loucuras do monstro mor, esse governo insano e cruel. Enquanto chefes de Estado de vários paises, muitos deles defensores do neoliberalismo e do  estado minimo, agora buscam tomar decisões sérias para vencer esse momento crítico,   no Brasil ,  a conduta insana do governo mostra o total despreparo para lidar com a crise. A postura do novo Ministro que trata a saúde como mercadoria subordinada às leis do mercado deixa bem claro que o contágio do coronavírus, assim como de outras doenças, é totalmente democrático, mas os meios de prevenção e de tratamento não são. Está muito difícil,olha..o covid-19 nos apavora, mas o monstro mor, o "Bovid-17" também é assustador, pois já mostrou ser um vírus altamente perigoso, que há algum tempo vem sofrendo mutações com o surgimento de subtipos variados e isso dificulta muito o seu combate. Sigamos com coragem e esperança. Essa pandemia está nos ensinando que sem ciência não há futuro, e o "Bovid-17" está nos mostrando a importância do fortalecimento da democracia.
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Vera Lúcia Teixeira Kauss comentou:
18/04/2020
Análise clara e, infelizmente, de acordo com os fatos que estamos vivendo... Vale muito a keitura e reflexão.
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Vera Lucia Teixeira Kauss comentou:
18/04/2020
Cesar Vallejo: muito atual... infelizmente, não é?
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ELIZABETH CARVALHO comentou:
18/04/2020
Professor Bessa: Sua leitora e admiradora, além de conterrânea, é sempre com imenso prazer que leio as suas crônicas. Demasiado elogiar os seus escritos, mas, a de hoje - O Ministro da Saúde e os nove monstros, merece o destaque de ser emoldurada, além da divulgação muito além do TAQUIPRATI. Ousaria tomar a liberdade de solicitar o envio da crônica ao Hélio Fernandes que está prestes a comemorar 100 anos de vida cuja página na internet atingiu elevado índice de leitores. A nossa terra natal que nos ensinava nos colégios que era o "pulmão do mundo", está em estado deplorável e a tristeza maior é que está sendo dizimada por arrivistas, inclusive nativos.
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Edson Kayapó comentou:
18/04/2020
Grande sacada, José Bessa.
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