CRÔNICAS

Doutora Zeneida: as encantarias de uma pajé

Em: 05 de Dezembro de 2021 Visualizações: 6439
Doutora Zeneida: as encantarias de uma pajé

“La raíz del árbol no canta. Canta la copa, no más”. (Zamba Tata Juancho de Jorge Cafrune.1976).

Lembro bem, foi em 2007, em Soure, Marajó, perto da praia do Mata-Fome – um nome desse ninguém esquece. Com a pajé Zeneida e o karai guarani Wherá Tupã, atravessamos um manguezal, cujas raízes expostas vinham buscar oxigênio na superfície. Os dois deram uma aula de etnobotânica no meio da mata, num terreno mais alto de solo firme. Cada planta foi nomeada, identificada, cheirada, acariciada, reverenciada, catalogada, classificada e enaltecida em suas propriedades medicinais e alimentícias. Era um momento mágico. A mata resplandecia. O designer amazonense Amaro Jr., que tudo filmava, deu uma paradinha para enxugar lágrimas furtivas e falou:

- Se me perguntam o que eu estou filmando, além da conversa de pajés, respondo: “árvores”, porque não sei o nome próprio de nenhuma delas. Mas os dois sábios não veem “árvores’ genéricas, só plantinhas, que eles chamam pelo nome próprio na maior intimidade. Conhecem cada espécie e elas demonstram conhecer os dois.

Foi esse tipo de saber que encantou o botânico Barbosa Rodrigues, quando organizou o Museu Botânico de Manaus no final do séc. XIX. Ele descobriu, um século antes de Lévi-Strauss, que os povos ameríndios, tinham um senso acurado de observação e manejavam um sofisticado sistema de classificações no campo da botânica com uma “nomenclatura clara, precisa e exata que alargou o campo do conhecimento das plantas, através de um método sintético” que, para ele, “é tão rigoroso quanto o método científico de Lineu”.

O sono do quati

Esses saberes ignorados pela academia entraram agora na Universidade Estadual do Pará (UEPA) pela porta da frente, levados por uma das herdeiras do “idioma vegetal”, a pajé e educadora Zeneida Lima, que nesta terça, 1º de dezembro, recebeu o título de “doutora honoris causa”. A cerimônia deixaria orgulhosos o Mestre Mundico, que a iniciou na pajelança e o seu bisavô Coemitanga, xamã da etnia Sacaca, conhecedor dos segredos da natureza humanizada.

A nova doutora, aos 87 anos, continua fazendo remédios extraídos da floresta, que para ela é uma “farmácia”. Faz isso desde os onze anos, como revela no seu livro “O Mundo Místico dos Caruanas” (1993), prefaciado por Raquel de Queiroz, agora em edição ampliada com o título “Meus Caruanas” (2021), que recupera narrativas místicas dos povos originários do Marajó e seus saberes sobre plantas medicinais, estabelecendo um diálogo de saberes entre a oralidade e a escrita. Autora de muitos livros, ela conviveu com etnógrafos conhecidos como Pierre Verger, Roger Bastide e Nunes Pereira com quem trocou correspondência sobre os caruanas, “senhores das águas do nosso planeta”.

- “As receitas simplesmente me vinham à cabeça como hoje me vêm as músicas que componho e as poesias que escrevo” – ela diz. Afinal, “cantar é uma maneira de se comunicar com as plantas”, como afirmam poetas na nona edição da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) que se encerra neste domingo (5).

Mais de 120 músicas cantadas pela pajé, algumas em Nheengatu, foram gravadas por Egberto Gismonti. Uma delas, cuja letra foi registrada pelo cônego Bernardino de Souza em 1875, é uma canção de ninar, na qual as mães, para fazerem dormir seus bebés, pedem emprestado o sono do quatipuru. um animal que passa a noite na balada e de dia, dorme:

- Acutipuru ipurú nerupecê. Cimitanga-miri uquerê uaruma.

Numa oficina que ministrei na aldeia Canafe, em Barcelos (AM), alguns professores indígenas do Rio Negro não entenderam o Nheengatu do cônego, que só registrou a letra, sem partitura.  Nenhum deles conhecia a música. Ficaram de consultar as avós. Mandei, então, a letra para a pajé Zeneida, que botou música e me enviou a gravação.

Fronteiras do saber

Uma canção do ritual da pajelança, em Nheengatu, foi cantada pela doutora Zeneida no XVI Seminário de Culturas e Memórias Amazônicas e VI Seminário Brasileiro de Poéticas Orais, de 01 a 03 de dezembro, organizados pelo Núcleo de Pesquisa Culturas e Memórias Amazônicas (CUMA) da UEPA e pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL). Na mesa-redonda de abertura “No Reino da Encantaria”, nossa pajé foi homenageada por seus amigos: a cineasta Tizuka Yamasaki, a atriz Dira Paes, o músico Egberto Gismonti e este colunista que iniciou assim sua fala:

- Quem mais ganha com este título de doutora não é aquela que acaba de recebê-lo, mas quem o concedeu: a UEPA, que desta forma traz para dentro da instituição o reino da encantaria com seus novos saberes e as diferentes formas de produzi-los, a visão de que as espécies vegetais e outras formas de vida estão interligadas, todas elas igualmente partes da natureza: pessoas, plantas, animais. Ignorar isso nos torna extraterrestres, como afirma o filósofo italiano Emanuele Coccia, professor na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, que encerra neste domingo (5) a FLIP falando sobre o seu livro “A Vida das Plantas”.

Lembrei conferência na UERJ, em 2005, do então presidente do CNPq e ex-vice-reitor da UFMG, Evando Mirra, intitulada “Ciência, amor, sabedoria – uma incursão pela transdisciplinaridade”. Para ele, “a fronteira entre saberes é um espaço de troca e não uma barreira”. A Universidade pode “nutrir ao mesmo tempo mais de um pensamento para transbordar os limites das disciplinas acadêmicas e acolher outros saberes”, o que implica “um trabalho coletivo aberto para o novo e o diverso”.

Citei ainda o reitor da Universidade de Würzburg, na Alemanha, Theodor Berchem. na sua conferência de abertura do IX Congresso Internacional de Universidades, na Finlândia, em 1990:

- “A Universidade vive uma tensão permanente entre, de um lado, o compromisso com as culturas nas quais estão imersas - que são particulares e, de outro, com a ciência - que aspira a universalidade. Mas o conhecimento universal só pode ser construído se houver diálogo de saberes particulares”.

O voo do pássaro

Quem contribuiu também para a crítica ao modelo do conhecimento único, foi Darci Ribeiro, ex-ministro da Educação, que defendeu a universidade pluriepistêmica, capaz de incluir dentro dela mestras e mestres dos povos tradicionais. Usou uma imagem potente no leito do hospital, horas antes de se despedir da vida, em fevereiro de 1997, quando disse que havia sido um fazedor de universidades, o que não teria nenhum valor se não tivesse criado também o sambódromo:

- O pássaro da cultura tem duas asas. Uma é universidade, a cultura erudita, a ciência. A outra, o sambódromo, a cultura e o saber popular. Acontece que se faltar uma delas, o conhecimento não decola. 

Nossas universidades costumam bater apenas uma asa. O título conferido à doutora Zeneida manifesta a disposição da UEPA de bater as duas asas e levantar voo para combater a tragédia vivida em diferentes partes do planeta, que não é um acidente natural, mas o produto de uma intervenção desastrada, que em nome do lucro esqueceu que a terra é gente como nós. “A mata está queimando, pedindo socorro, a floresta está acabando, estão tocando fogo” – canta a doutora Zeneida Lima, batendo dentro da UEPA a outra asa, a asa dos caruanas.

Felizmente, as universidades começam a decolar. Uma semana antes, título similar de doutora honoris causa foi conferido pela UFRJ a Eliane Lima dos Santos, a Eliane Potiguara, professora, poeta, contadora de histórias, mãe, avó. Na UFMG, está correndo o processo de concessão do título de “doutora por notório saber” à Mestra Japira. E na Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP), o antropólogo tukano João Paulo Lima Barreto destacou na mesa “Plantas e Cura” que “em uma sociedade cartesiana, alegações baseada em experiências subjetivas e não em evidências científicas podem ser facilmente desacreditadas”. Ele acrescentou:

- “Falamos muito da importância da floresta e da água, mas muitas vezes fomos incompreendidos, agora a ciência traz essa visão. Para nós, as plantas têm vida própria e nós precisamos entender isso para nos colocarmos como sujeito e não como objeto. Assim, tudo vira sujeito: o barulho da floresta, o balanço das folhas. Tudo isso é linguagem”. Até mesmo o canto das árvores, cujas copas entoam canções alicerçadas em suas raízes, como na música do genial argentino Jorge Cafrune.

P.S. Ih! Já ia esquecendo. Terminei minha fala quebrando a formalidade de um evento acadêmico, ao declarar que se um dia ficar viúvo, peço ao Rubinho e a Eliane a mão da mãe deles em casamento. Prometi que, neste caso, seria um excelente padrasto, não sei se tão bom quanto Egberto Gismonti, que nunca confessou, mas sei que tem secretamente os mesmos planos.

 Referencias: artigos na Folha de São Paulo sobre a FLIP.

1. Nathan Fernandes: As plantas nos fizeram extraterrestres, diz o filósofo italiano Emanuele Coccia. Pensador que está na FLIP conta que visões indígenas ajudam a combater exploração da natureza.  FSP. 04/12/2021

2. Nathan Fernandes: FLIP 2021 discute como a medicina ´pode se aproximar da noção indígena de cura.

3. João Perassolo. Cantar é uma maneira de se comunicar com as plantas, afirmam poetas na FLIP. FSP. 02//12/2021

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23 Comentário(s)

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Marcelo Chalreo comentou:
11/12/2021
Um belo escrito sobre d. Zeneida, agora doutora. A conheci há alguns anos na Ilha de Marajó, levado até ela por uma moça com quem então compartia parte dos meus dias ( e noites ). Pude conhecê-la e ao trabalho dela junto a crianças e adolescentes, muitas e muitos dxs quais padecentes de inúmeras tragédias familiares e pessoais. Ela me falou um pouco - acho que nos limites do possível - dos Caruanas, tenho comigo em algum lugar uma pequena imagem em barro desses místicos seres com os quais se comunica. Interagi com seus filhos durante alguns dias no Marajó, me levaram a lugares mágicos e não muito acessíveis aos meros visitantes da ilha. Tenho comigo um vaso, um presente que me foi dado por um dos filhos da Zeneida, uma reprodução da cerâmica marajoara feita pelxs alunxs da escola que mantém a agora doutora Zeneida. E você tem toda a razão, quem ganha é a UEPA, o Pará, o Brasil e o Mundo com a distinção deferida à mestre e xamã. Abraço
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Semíramis Pedrosa comentou:
10/12/2021
O reconhecimento dessas 2 asas para voarem juntos demorou. Mas… felizmente tá chegando. Uma asa só a universidade sem a inclusão da cultura dos povos tradicionais fica capenga. Que se fortaleça a cada dia com a mesma paridade!!!
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Eunice Dias de Paula comentou:
08/12/2021
Mais uma crônica maravilhosa! Traz, de forma leve, a importância dos conhecimentos ancestrais dos povos originários e como eles podem salvar o planeta! Viva D. Zeneida! Vivam todos os pajés e as pajés!
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Ari Loureiro comentou:
08/12/2021
Viva Zeneida, viva a pajelança.
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Venize Ramos Rodrigues comentou:
07/12/2021
Fala sábia e inspiradora de Ribama José Bessa na concessão do título de doutora honoris causa pra a paje Zeneida Lima, pela Universidade do Estado do Para, a pedido do Núcleo de Pesquisa Culturas e Memórias Amazônicas - CUMA. Evento emocionante! Discursos, lágrimas, louvaçóes, Cantos, poesias, performances, aplausos , flashes e refletores marcaram um dia que tinha tudo para ser igual, mas foi bem diferente. Salve Eneida. Nossa Doutora. Com muito orgulho!
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Lirian Monteiro comentou:
07/12/2021
Foi muito inspirador ler seu texto agora nessa manhã, prof José Bessa ! Grata por compartilhar! E sim, por universidades pluriepistêmicas!
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Bene Fonteles comentou:
06/12/2021
Viva doutora Zeneida que já era antes do titulo. Conheci ela por meio de Egberto Gismonti que me levou em sua casa e foi uma identificação espiritual só!
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Serafim Correa comentou:
06/12/2021
Publicado no Blog do Sarafa - https://www.blogdosarafa.com.br/doutora-zeneida-as-encantarias-de-uma-paje/
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Tania Pacheco comentou:
06/12/2021
Publicado em Combate - Racismo Ambiental - https://racismoambiental.net.br/2021/12/05/doutora-zeneida-as-encantarias-de-uma-paje-por-jose-ribamar-bessa-freire/
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Valter Xeu comentou:
06/12/2021
Publicado no Blog Patria Latina - http://patrialatina.com.br/doutora-zeneida-as-encantarias-de-uma-paje/
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ADEMARIO RIBEIRO comentou:
06/12/2021
Caro Prof. Dr. José Bessa, ao passar por aqui para mais uma leitura de tuas crônicas e foco orbitando como introduzir as primeiras palavras! Sempre é uma encantaria sem fim! Logo, trocadilhos como Bessa é bom à beça tudo mundo já leu essa e concordam de pés juntos e de asas duais - para aludir - como devem ser as práticas nas universidades! - Vamos lá! Ao ler essa crônica sobre a Pajé Zeneide, eu vi, cherei, toquei e senti as presenças desses seres - entes - encantados! Que papo bacana! Isto é, que letras essas as tuas - capazaes de nos apresentar, revelar e compartilhar mundos! É José, você tem duas asas e nos leva em suas pajelanças literárias! Tuas asas "levantam o céu"!
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ANA CLAUDIA LIMA E ALVES comentou:
06/12/2021
Bessa, querido, que coisa mais linda essas notícias todas, pra contar do reconhecimento do saber da Doutora Zeneida pelas universidades e outros tantos doutores acreditados pela "ciência". Fiquei com inveja da sua participação nesses encontros com tanta gente maravilhosa. Beijos
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Blog Fala ai Brasil comentou:
05/12/2021
Publicado no Blog Fala aí Brasul - https://falaaibrasil.com.br/noticia/19579/doutora-zeneida-as-encantarias-de-uma-paje.html
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Rosangela Pereira de Tugny comentou:
05/12/2021
Que lindo texto. Gostei muito. As mestras, que aprendem com as plantas. São tantas desconhecidas. Uma maravilha.
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José Marajó Varela comentou:
05/12/2021
a hora dos pajés, herdeiros esquecidos dos antigos Terapeutas (essênios) proto-cristãos?
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Claudio Ribeiro comentou:
05/12/2021
Sabedoria científica ancestral !
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Sirius Oliveira comentou:
05/12/2021
E lindas antologias de povos indígenas: Mulheres das ervas e Mulheres das águas. Uma potência.
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Silvia comentou:
05/12/2021
Muito emocionante essa crônica. Desde recordar um verso do esquecido Cafrune à homenagem a recém doutora de 86 anos, tudo fala de reconhecimento e memória. Esse livro sobre propriedades medicinais das plantas: vou comprar!
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Cecilia Coimbra comentou:
05/12/2021
Belo e necessário texto!!!! Compartilhando. GRATIDÃO POR UM POUCO DE AR!!!
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Tenorio Telles comentou:
05/12/2021
Obrigado pelo texto, professor. Tudo é um grande sistema vivo: águas, plantas, bichos, nuvens, sol, lua, as estrelas e também os encantados... e as gentes.
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Euclides Coelho de Souza comentou:
05/12/2021
Essa foi uma das melhores crônicas que você escreveu; Ela me fez pensar no teatro de bonecos. Tenho 87 anos e minha vida toda foi fazer teatro de bonecos, que é uma das expressões mais acabadas da arte popular. Mas se você quiser recuperar a memória do teatro de bonecos no Brasil e no mundo, não vai encontrar quase nada nas bibliotecas das nossas universidades. A asa do pássado da cultura dos caruanas da pajé Zeneida é a mesma do Teatro de Bonecos.. As plantas curam, mas os bonecos também curam, trazendo alegria às crianças e aos adultos.
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Célia Maria comentou:
04/12/2021
Maravilha de texto!!! Compartilhando
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Meg Martins comentou:
04/12/2021
Nitidamente o mais belo e completo texto que li sobre a agora Dra. Zeneida Lima. A síntese sobre a protetora humana das florestas em forma de mulher, mas orientada e inspirada pelos Caruanas, a poderosa energia das águas.. O avanço e a quebra de protocolo mundial da UEPA ao homenageá-la com o título de Doutora Honoris Causa é a divisão de águas dos tempos modernos, onde entendemos que a única saída e opção que temos em salvar o planeta que já agoniza é pelas raízes, árvores e rios da Mãe Natureza. A cura de todo o mal está entre as plantas, raízes, folhas e os 4 elementais. E quem tem a sabedoria pra manipular e aplicar este tão valioso e raro conhecimento só poderá ser um descende direto dos Sacacas, um pajé autêntico, de alma pura e coração límpido, assim como é D. Zeneida. Parabéns pelo texto rico, elucidador e necessário. À paz!
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