CRÔNICAS

Vê bem, Maria, o leito de morte do Negro e do Solimões

Em: 05 de Novembro de 2023 Visualizações: 4989
Vê bem, Maria, o leito de morte do Negro e do Solimões

Yo soy un río / Hay árboles a mi alrededor / sombreados por la lluvia.  Yo soy el río que viaja dentro de los hombres, / árbol fruta rosa piedra mesa (Javier Héraud. El rio. 1960).

Corria o ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1907. Era uma época em que os rios Negro e Solimões ainda exibiam toda sua potência de água. O poeta cearense Quintino Cunha levou Maria, sua amada, para contemplar o espetáculo do encontro dos dois rios, que se alentam mutuamente tal como as recordações com a saudade:

Vê bem, Maria aqui se cruzam: este

É o rio Negro, aquele é o Solimões.

Vê bem como este contra aquele investe

Como as saudades com as recordações.

O poeta morreu em 1943, mas agora, nesta quinta (2), Dia dos Mortos, levou um baita susto num diálogo em sessão mediúnica:

- Quintino, sabe quem morreu?

A mulher do Zebedeu e eu - rimou ele com sua a verve de moleque.

- É sério. O Negro e o Solimões estão agonizando no leito de morte – desbrincou o médium falante.   

- Putain, ça alors!

Essa expressão de assombro, dita com sotaque cantadinho de Uruburetama, Quintino aprendeu em visita a Paris, quando a borracha valia mais do que ouro. A poesia, porém, era mais valiosa do que a borracha, por isso uma editora da França publicou Pelo Solimões, seu livro de poesias, com o apoio de três franceses: Émile Faguet, crítico literário; Jean Richepin, o “poeta da monstruosidade” e Stephen Pichon, ministro das Relações Exteriores, encantados com a última estrofe do Encontro das Águas:

Se estes dois rios fossemos, Maria,

Todas as vezes que nos encontramos,

Que Amazonas de amor não sairia

De mim, de ti, de nós, que nos amamos...

Cadáver de rios

Talvez esses versos enfeitiçaram os franceses por evocar o encontro das águas verdes do rio Marne com o Sena cantado, entre outros, pelos Frères Amara na ponte Saint-Louis diante dos ouvidos videntes da poeta Marilza Foucher. Hoje, no entanto, o desencontro do Negro com o Solimões já não produz amor e poesia, mas fome, tristeza, desolação. Os dois, gravemente enfermos, estão morrendo como outros rios, cujos cadáveres permanecem insepultos, junto com as carcaças de milhares de botos e de peixes nos lagos e rios secos.

No período de 2016 a 2021 foram mais de 2 mil quilômetros de rios destruídos pelo garimpo ilegal, dos quais 632,8 dentro dos territórios Munduruku e Sai Cinza, no Pará, além de 6.780 hectares de áreas, dos quais 6.004 no desgoverno do Coiso, segundo denúncia do Greenpeace Brasil formalizada no Ministério Público Federal (MPF).  

A morte dos rios não é morte morrida, é morte matada. Os rios estão sendo envenenados como documentou o saudoso Mauro Leonel, professor da USP, em A morte social dos rios, no qual relaciona meio ambiente, história social e ambiental e estuda a relação do poder com a malha fluvial desde o Brasil colonial. Mostra como os criminosos se apropriaram dos rios, contaminaram e adoeceram o sistema hídrico e alteraram o balanço de entrada e saída de águas.

Fontes da vida de gente, peixes, aves e plantas, os rios, quando mortos, impactam todo o ecossistema e a saúde daqueles que têm nos peixes a principal fonte de proteína. Rio é mesa farta, cantava o poeta peruano Javier Heraud, mas pode também ser sepultura, como a dele, morto aos vinte anos, metralhado pela polícia numa balsa no rio Madre de Dios, afluente do Beni, que deságua no nosso rio Madeira.

Riocídio

Vê bem, Maria, as imagens de satélites do sistema LandSat documentam a morte de rios, que afeta não só os ribeirinhos, impedindo seu acesso a alimentos, posto de saúde, remédios, trabalho e escola, mas a própria indústria dos centros urbanos dependente do transporte hidroviário de mercadorias. Empresas da Zona Franca de Manaus deram férias coletivas a milhares de trabalhadores.  

Maria, vê bem como as secas concorrem para o desmatamento, os incêndios florestais e as mudanças climáticas, aumentando os índices de emissões de dióxido de carbono (CO2). Vê bem, Maria, como Manaus e outras cidades estão sufocadas por nuvens de fumaça. Maria, você viu a neblina causada por mais de 7 mil focos de queimadas no Amazonas? Outra Maria, minha irmã do Céu, a caçula, neste sábado (4), acaba de me telefonar aos prantos e tossindo:

- A fumaça chegou ao nível do insuportável. Tá difícil respirar e abrir os olhos, mesmo com tudo fechado – ela diz. São nove irmãs, dois irmãos e algumas dezenas de sobrinhas e sobrinhos, além de 2 milhões de pessoas residindo em Manaus asfixiadas por criminosos ambientais.  

Vê bem, Quintino, aqui se cruzavam as águas desses leitos esturricados do Negro com o Solimões. Na tua época, esses rios eram alimentados por afluentes e igarapés, como o Mindu, que tanta alegria trouxe ao lazer dos amazonenses e hoje é um esgoto a céu aberto. Os que o mataram alegam, como o nazista Netanyahu, que têm “o direito de se defender” sob os infames aplausos de Jorge Pontual da Globo News.

Quintino, lê bem os versos do poeta espanhol teu contemporâneo, Antônio Machado, para quem “a vida flui como um rio caudaloso”.  Ou a trova de Javier Heraud que nos assegura: “o rio viaja dentro dos homens”. Só mesmo os poetas para confirmar a visão dos povos originários sobre os cursos d´água. O sábio Alexandre Acosta Guarani em relato recolhido por Marcos Moreira diz que “o Guarani não polui a água, pois o rio é o sangue de um Karai, que corre pelas veias da mãe terra. A terra tem alma, é uma pessoa, é sagrada”. Ou como adverte Aturi Kaiabi:

Eu sou a água que mata a sede

onde eu não estiver

você se lembra de mim.

Quem vai segurar?

Os Kaiabi, falantes de uma língua da família tupi-guarani, foram transferidos à força para o Parque Indígena do Xingu, liberando o vale do caudaloso rio Teles Pires, que se une ao Juruena, para formar o rio Tapajós. Uma parte deles resistiu e ficou. Muitos Kaiabi são poetas. Um deles, Yanin Kaiabi, escreveu poema no qual parece comparar Maria com a água e Quintino com a pedra. Pergunto a vocês dois, que estão no outro plano, se sabem  quem é que vai segurar.  

QUEM VAI SEGURAR?

A água namora com a pedra

A pedra sempre feliz vai ficar

A água corre no rio e esse rio cai no mar.

O ar segura o mundo

E o mundo segura o mar

Os dois seguram os homens

E os homens será que vão segurar?

O Negro, que registrou a maior seca em 121 anos de medição, está voltando a encher diariamente centímetro a centímetro – comemora a mídia. Os olhos de Isabella Thiago de Mello, cheios de esperança, veem “algo de misterioso nos labirintos que surgem dos afluentes dos rios Negro e Solimões na época das cheias”. O pai dela advertiu um dia que não é só quem brinca com fogo que se queima. Quem envenena os rios acaba se afogando no lodo, na cinza e na merda.

Até quando esses rios terão forças para resistir ao lixo, ao esgoto, ao garimpo, às queimadas? Até quando os assassinos dos rios ficarão impunes? Será que os homens vão segurar? Hein Quintino? Hein Maria? Respondam na nossa próxima sessão mediúnica.

Referências

  1. Quintino Cunha. Pelo Solimões. Versos norte-brazileiros. Paris. Typ. Aillaud & Cia. 1907 (Poema Encontro das Águas, pgs. 86 a 88.)
  2. Mauro Leonel. A morte social dos rios. Conflito, Natureza e Cultura na Amazônia. São Paulo. Editora Perspectiva. 2015
  3. Jorge Eduardo Dantas. A morte dos rios. https://www.greenpeace.org/brasil/blog/a-morte-dos-rios/
  4. Javier Heraud. El río. Lima. La Rama Florida. 1960. Cuadernos del Hontanar.
  5. Aturi Kaiabi, Yanin Kaiabi e Alexandre Acosta Guarani in Maciel, Bessa, Monte, Melhem (orgs) : Te mandei um passarinho... Prosas e versos de índios no Brasil. Brasília. MEC. 2007 (Até hoje no prelo, os 40 autores e ilustradores são todos indígenas).
  6. Isabella Thiago de Mello. Olhos de Água Doce. In Juçara Valverde (org.) Oficina Literária Ivan Proença. Goiânia. Kelps. 2021

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31 Comentário(s)

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Fernando Soares Campos comentou:
20/11/2023
Publicado no Pravda versão em português - https://port.pravda.ru/sociedade/58275-bessafreire/
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Maria do Céu Freire comentou:
11/11/2023
Mano, a situação piora a cada ano, com a ganância dos que veem $$, onde existe uma fonte de vida. As águas só poderão ser vendidas e gerar lucro, até que não possam mais ser consumidas. As terras só serão pastos até q o gado morra de fome e sede pela terra seca e sem vida... é triste esse mundo que deixamos para os nossos netos!
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Rodrigo comentou:
10/11/2023
Complementando: eu tenho um amigo que residia no rio que secou (perto da comunidade do Tumbira). De início ele estava chegando tarde nas aulas, depois a escola não parou de funcionar, depois o rio foi baixando o nível (até secar totalmente) e ele e sua família tiveram que sair dali para sobreviverem em outro local. Torço para que ele esteja bem, houve um boato que ele veio a nadando ate o Rio de Janeiro, cruzou a ponte rio Niterói (por baixo da agua logicamente para nao pagar pedágio) e foi visitar um grande amigo dele que mora por aqui, mas nao tenho certeza ainda dessa informação. Deixo aqui meu apelo para quem souber do paradeiro do meu amigo, o nome dele é Cascudinho. Que a espécie humana evolua de verdade, precisamos de um mundo melhor. Um abraço querido professor.
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Rodrigo comentou:
10/11/2023
Crônica certeira professor. Confesso que estou pensando sobre ess questão faz alguns dias e cheguei a uma conclusão (posso estar errado logicamente): estamos acompanhando o fim do planeta e tudo isso (seca dos rios, desmatamento, queimadas, poluição de nascentes, entre outros) causado pela espécie humana. Daqui a pouco não teremos mais água potável (quando tiver custará muito caro, uma garrafa de minalba será artigo de luxo), preocupado com o nosso planeta e com as gerações que virão, terão muitas dificuldades para sobreviver aqui se o se a ganancia e o egoísmo continuar imperando do jeito que está. Eu tenho um amigo que morava no Rio que secou (que
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Geroncio Rocha comentou:
09/11/2023
Muito bem, José Bessa. Na próxima, lembre também do poema de Guimarães Rosa, O sono das águas.
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Silvia Beatriz De Mendonca Pereira comentou:
08/11/2023
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Victor Leonardi comentou:
08/11/2023
Caro Bessa, é uma tristeza o que está acontecendo com nossos queridos rios amazônicos.
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Maurício De Lima Moncosso comentou:
08/11/2023
Victor, imagino sua tristeza, você que soube viver a exuberância dos irmãos rios e nos deu a conhecer um pouco mais alguns deles. é o processo da tão alardeada savanização e desertificação que provocamos. caminho sem volta. eu não queria ter vivido, ser contemporâneo desse horror. sinto muito
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Maria Luiza Oswald comentou:
07/11/2023
Maria Luiza Oswald Querido Bessa, eu também sou Maria e, como a Maria do poeta Quintino, muitas vezes vi o espetáculo do encontro do Rio Negro com o Solimões com o coração batendo de emoção, quando morei em Manaus na década de 70. Como sou Maria parece que é a mim que você está se dirigindo com o título de sua crônica. Sim, amigo, estou vendo bem a "morte matada" dos dois rios. Morte que mata os peixes, que deixa os ribeirinhos sem ter o que comer, que agrava a seca, os incêndios e, consequentemente, a fumaça que sufoca os manauaras e os habitantes das cidades fincadas no território da floresta. E choro por isso e deploro o garimpo ilegal e o desmatamento criminoso, agravados exponencialmente no governo irresponsável do coiso. Me resta a tênue esperança de que o Rio Negro, no qual tantas vezes me banhei, volte a se encontrar com o Solimões. Sua tristeza é a minha também. Estamos juntos
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Rosa Helena Mendonça (via FB) comentou:
06/11/2023
Até quando, caro Bessa! Como sempre, impecável a sua crônica!
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Isabella Thiago de Mello comentou:
06/11/2023
Outra vez. Por aqui, recém chegada, o comentário é o mesmo desde a dona Maria Cândida, cozinheira do tacacá, ao arquiteto Bepi Cyrino:- " em 65 anos de Manaus, ninguém viu nada igual", diz o amigo. A fumaça que envolve Manaus é constante, não vai embora, não se dissolve no ar. É cinza, e densa. Um cenário assustador!
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Felix Valois Coelho Junior (via FB) comentou:
06/11/2023
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Lúcio Carril comentou:
06/11/2023
Tenho esse livro do Quintino. Encontro das Águas é um belo poema.
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Valter Xeu comentou:
06/11/2023
PUBLICADO EM PATRIA LATINA - https://patrialatina.com.br/ve-bem-maria-o-leito-de-morte-do-negro-e-do-solimoes/
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Tania Pacheco comentou:
06/11/2023
PUBLICADO EM COMBATE - RACISMO AMBIENTAL - https://racismoambiental.net.br/2023/11/05/ve-bem-maria-o-leito-de-morte-do-negro-e-do-solimoes-por-jose-ribamar-bessa-freire/
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Ricardo Ossame comentou:
06/11/2023
Uma grande aula professor Bessa.
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Harald Pinheiro comentou:
06/11/2023
Com tristeza vemos a poética das águas e a beleza amazônica ser vilipendiada pelo garimpo e ogronegócio!
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Aurélio Michilles comentou:
06/11/2023
Também agonizante está no caráter daqueles que habitam no Encontro das Águas e que se satisfazem apenas com “- A terra já teve.”
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Ana Silva comentou:
06/11/2023
Rios tão lindos... Esses crimes ambientais evidenciam um futuro nebuloso. Será que vamos segurar? Vamos pedir a Nhanderu que possamos reverter esse quadro de incertezas.
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Isabella Thiago de Mello comentou:
05/11/2023
Oxalá, Bessa! Quintino Cunha é desse naipe de escritores, que deveríamos, sempre, evocá-lo por sua vida e obra. Como advogado, mesmo antes de se formar em Direito, conhecia as Leis, e trabalhava como rábula defendendo os mais humildes. Ficcionista e poeta romântico, começou a escrever cedo nos jornais ... Permita-me dedicar a ti, professor querido, este outro verso do poema “ENCONTRO DAS ÁGUAS”: (...) “ Para o velho Amazonas, Soberano / Que, no solo brasílio, tem o Paço;/ Para o Amazonas, que nasceu humano /Porque afinal é filho de um abraço!” (...)
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Isabella Thiago de Mello comentou:
05/11/2023
Quanta honra, Mestre. “Olhos de Água Doce” citado ao lado de Quintino Cunha e Thiago de Mello, nesta crônica-denúncia da pior seca dos rios Negro e Solimões, para questionar até quando tanto desmatamento na Amazônia?§ Retornei ontem à Manaus e não se consegue enxergar o céu de tanta fumaça provocada pelas queimadas. A cena é assustadora, como se a cidade, no meio da floresta amazônica, estivesse toda coberta de uma nuvem misturada com uma espécie de foligem, e a atmosfera fica no degradê de cinza claro ao cinza escuro. Se minha avó Maria fosse viva, reconheceria como um dos sinais do Apocalipse: ? “é o final dos Tempos”, ela diria.
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José Alcimar de Oliveira comentou:
05/11/2023
Caro José Ribamar,: sua crônica sempre sob a boa medida da inteligência, do humor e da crítica. Mesmo desigual, nossa luta contra a necrocracia continua, porque a marca infame do capital sobre o ser natural e o ser social da Amazônia é o colapso ambiental.
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Carmen Lysia Nogueira comentou:
05/11/2023
Prisão aos criminosos que fazem queimadas !
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Marilza De Melo Foucher (via FB) comentou:
05/11/2023
Uma crônica que me fez chorar do começo ao fim. Esses dois integram meu território de saudades, a Manaus onde cresci. Naveguei por muitos rios da Amazônia desde a época de infância quando viajava de navio de Manaus a Boca do Acre/Boca do Acre/Manaus. Essa canção mano Babá, José Bessa meu pai cantava sempre que a gente chegava no encontro das águas...Além de cantar ele também declamava. Depois continuei a subir e descer rios...tive um tio regatão que subia o Purus e entrava em seus afluentes...subi o rio Chandles até a fronteira com o Peru. Minhas férias foram muito ligadas aos rios e lagos, assim como meu trabalho de pesquisadora e na área de desenvolvimento na Codeama/ICOTI. Essa tragédia ecológica foi prevista e anunciada por todos nós que tivemos uma militância ligado a causa ambiental e indígena na Amazônia, assim como ligado às nossas atividades profissionais. Hoje a poesia de Quintino descrita por ti dilacera meu capenga coração...
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Luiz Pucú comentou:
05/11/2023
Mano Bessa, tu juntastes toda a violência e resistência numa só cuia pitinga que vais pintando com a tinta da história. Terrível e bela denúncia
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Hans Alfred Trein comentou:
05/11/2023
Obrigado, caro Bessa, por mais essa reflexão. Até quando se viverá na ilusão de que uma seca como essa é apenas um fenômeno natural? Que não tem nada a ver com a criminosa destruição do equilíbrio ambiental?! Água viva é o que mantém e manterá a vida na terra; não só de humanos, mas de toda a criação. Nestes tempos em que a água é negada aos amazônidas e à floresta tropical e também aos moradores da faixa de Gaza, espero que cheguemos ao ponto de que de nosso interior fluam rios de água viva, e que cristãos e cristãs de todas as confissões se empenhem mais intensamente pela paz com justiça e na preservação da bela criação! Abraços, Hans
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Nilda Alves comentou:
05/11/2023
Amigo Bessa, estivemos por lá, em Manaus, há pouco, durante a 41a RN da ANPEd. Mais uma vez, vi nos colegas e estudantes a emoção de 'verouvirsentirpensar' o encontro do Solimões com o Negro. Voltaram, com a certeza que precisamos lutar muito mais. Um forte abraço Nilda
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Astrid Lima (via FB) comentou:
05/11/2023
Eu, filha do rio e da cidade, devo ao professor José Bessa a aproximação à cultura indígena (a Manaus de tempos atrás - e de hoje - é uma cidade-negação: nega o rio, nega a floresta, nega os povos originários. Isolando-se e nos isolando desses elementos). A sua trajetória acadêmica, que começa na Aparecida, passa pela formação em jornalismo, história, letras, sociologia (pela prestigiosa École Des Hautes Études en Sciences Sociales) para voltar à temática amazônica como professor universitário e autor de diversos livros*. Ribamar pensava a Amazônia em um tempo onde o conceito de floresta era a de um mero jardim de abastecimento para o capital nacional e internacional, em um tempo onde sair do fluxo era perigoso porque sob uma ditadura militar e, depois, sob o controle de caudilhos locais. Ainda assim a sua dedicação e luta pela causa indígena fez e faz de Manaus uma cidade menos em negação. Certo, não o suficiente para redimi-la mas o bastante para abrir portões para que outros possam traçar o mesmo percurso. Sou grata ao Ribamar também por ter mantido - nutrido até - o moleque que corria nas ruas de pedra do bairro da Aparecida, por não ser pedante, por ter sempre sido esse ser humano generoso que apesar de tudo nos recebe com os braços abertos e um eterno sorriso nos lábios. (Hoje acordei assim, precisando exprimir amor e reconhecimento) Mas vamos ao taquiprati sobre o “riocídio” e a fumaça que assombra e adoece as pessoas na Amazônia no silêncio nacional
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Paulo Atayde Girardi (via FB) comentou:
05/11/2023
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Rita Olivieri-Godet (via FB) comentou:
05/11/2023
Sobre o assassinato dos rios na Amazônia, mais uma crônica essencial do José Bessa!
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Cristina Pereira Souza Miranda comentou:
04/11/2023
Eu vejo o ataque ao meio ambiente como um genocídio.
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