CRÔNICAS

A aula que vive em mim: o motor na canoa

Em: 25 de Novembro de 2024 Visualizações: 3831
A aula que vive em mim: o motor na canoa

“Se eu ficar te contando histórias o tempo todo, eu não morro”

(Patricia Portela – Scheherazade. Flatland. 2006)

O velhinho, já aposentado em duas universidades, não sabe mais viver sem o convívio com alunos, a quem busca quando pode. As doenças da velhice, porém, impõem limitações. Cresce a fila de remédios na mesa de cabeceira. Apesar disso, ele levanta, sacode a poeira do diploma, dá a volta por cima e se fortalece ao relembrar sua formatura de professor normalista naquele longínquo 17 de dezembro de 1965 no Instituto de Educação do Amazonas (IEA), quando dona Elisa pôde dizer com orgulho para a vizinhança:

- Meu filho agora é professor.

Quase 60 anos depois, revê como num filme as primeiras aulas que deu no curso primário do Instituto Christus do Amazonas, convidado por seu professor de Didática, Orígenes Martins, que o convenceu de que docentes são o sal da terra e a luz do mundo. Desde então, o velhinho, combatente entrincheirado na escola, se sente protagonista de uma proeza épica. Cada vez que vai dar aula, com ele entram na sala, tocando dentro de sua cabeça, acordes sublimes das Bachianas Brasileiras nº 5 de Villa-Lobos. E aí pensa com seus botões:

- Não sou eu que vivo, é a aula que vive em mim.

Afinal, qual o conteúdo da aula que habita esse corpo idoso? Monotemático, ele repete sempre as mesmas histórias protagonizadas por indígenas, pela floresta, os bichos, as plantas, os rios, os seres míticos. Foi o que aconteceu em outubro último, quando aceitou convites para conversar com crianças do ensino fundamental de duas escolas de Niterói: a Aldeia Curumim e o Instituto Gay-Lussac. Funcionou como uma injeção de esperança na veia, que faz esquecer qualquer achaque.

Na Aldeia Curumim

A escola com maior área verde de Niterói foi criada em 1973 no meio de um bosque e, desde então, mantém uma troca de conhecimentos, saberes e afetos como explica seu gestor Marcelo Cantarino Gonçalves. Num sábado que prometia chuva, a Aldeia Curumim, realizou sua 45º Feira do Livro, com o lançamento de Voa, Menina! escrito e ilustrado por Ingrid Macieira, professora de arte, que incita as crianças a voarem na imaginação através da leitura.

Curumins e cunhantãs voaram também, quando folhearam alguns dos 87 livros, quase todos de literatura indígena, levados pelo avô da Maia e da Ana que, em uma exposição improvisada, espalhou os livros em esteiras no chão da biblioteca. O evento começou com o coral de crianças cantando Vida de moleque é vida boa seguido de oficina criativa. Depois veio a contação de histórias, com reflexões sobre a oralidade, a escrita e a leitura, que em tempo de crise como o que vivemos, é um ato de resistência. Ele, porém, advertiu:     

- A escola ensina a ler, mas nem sempre ensina a não-ler. Posto que a vida é curta, quando você lê o que não engrandece e nem dá prazer, além de correr o risco de se intoxicar com veneno intelectual, desperdiça o tempo que podia ser dedicado à leitura de um texto capaz de fazer cócegas na inteligência e no coração do leitor. Portanto, o não-ler não é atitude passiva, é uma opção ativa, pois implica em saber avaliar e selecionar a leitura.

- O avô da Maia alertou que a leitura tem que ser bem escolhida – reforçou no facebook a diretora da Aldeia Curumim, Luciana Soares Gonçalves.

Uma versão da Sogra do Jacamim - narrativa recolhida pelo botânico Barbosa Rodrigues publicada em seu livro Poranduba Amazonense, em 1890, serviu de base para refletir sobre o papel da oralidade em sociedades independentes da escrita alfabética. Trata-se de um divertido minitratado de ornitologia amazônica ao alcance de qualquer criança.

Curiosos por natureza

A memória do velhinho costuma voar para longe como um passarinho. Esquece muita coisa. Mas nunca deslembra das histórias, como aquelas do jabuti que enfrenta o jacaré e a onça, recolhidas em língua nheengatu por Couto de Magalhães, em 1865, que ensinam como a inteligência pode vencer a força e como lutar contra inimigos fortes que querem te devorar. Em vez de combatê-los, joga um contra o outro e sai de fininho. Maquiavel puro.

Essas mesmas narrativas foram retomadas no encontro com as crianças do 2º ano do Ensino Fundamental do Colégio Gay-Lussac, que desenvolve o projeto “Curiosos por Natureza”, no qual cada turma escolhe um tema para aprofundá-lo ao longo do ano. A turma da professora Marlúcia, onde estuda Mária Bárbara, sobrinha-neta do velhinho aposentado, escolheu para 2024 “Uma aventura na Amazônia”. Sendo assim, assim sendo, lá foi ele gastar o seu latim.

As crianças das duas escolas ouviram a história O Brilho da Floresta vivida em uma noite na selva amazônica por um indígena Baniwa, uma linguista e dois pesquisadores especializados em cogumelos bioluminescentes, que brilham como pirilampos. Nessa história, a relação com a floresta nos oferece uma metodologia para apagar imagens preconceituosas sobre os povos que nela moram.

Vitória, a neta de 10 anos que estuda na escola Júlia Cortines, acompanhou o avô nessa aventura narrativa e contou uma história escrita e ilustrada por ela.  As crianças do Gay-Lussac também interagiram com os livros, entre eles, os Cuentos Pintados do Peru, os Territórios Narrados da Colômbia, as Narrativas em cabaças do mundo andino equatoriano, as Narrativas Gráficas do Brasil, os livros de Ailton Krenak, de Eliane Potiguara, de Márcia Kambeba, de Ademario Payayá e de tantos outros autores indígenas.

Brincadeira indígena

Cabaças que contam histórias, pajé que fala com árvores, floresta com cogumelos brilhantes – esses relatos despertaram o interesse das crianças, que queriam saber mais sobre como impedir o desmatamento e as queimadas. Uma escola em Niteroi, que tomou partido em defesa da natureza e que incentiva o amor aos seus habitantes, contrasta com a “pedagogia” predatória do Colégio Militar de Tocantins que, ironicamente no coração da Amazônia, organizou uma marcha de crianças e adolescentes dirigida por um PM, insufladas com gritos de ódio: “Se eu não te matar, eu vou te prender”, como mostra vídeo recente divulgado nas redes sociais. Modelo de escola sem partido?

No final do encontro, os alunos do Gay-Lussac, curiosos por natureza, queriam saber sobre as brincadeiras indígenas. O velhinho lembrou de uma, que costumava brincar em sua infância na pracinha da Bandeira Branca, no bairro de Aparecida, em Manaus, depois do pôr do sol, e que somente décadas depois descobriu sua origem ao ler o livro – olha aí a leitura – Brinquedos de nossos índios. É o jogo do Uiraçu, o gavião-real, do povo Makuxi, de Roraima, que quer comer a galinha e seus pintinhos.

O menino maior escolhido para ser o gavião fica em pé na frente da menina maior – a galinha, atrás de quem estão, em fila, os pintinhos organizados por tamanho decrescente, compondo um “trenzinho”, cada um com as mãos na cintura do que está na frente. Começa então uma dança, o gavião se move de um lado ao outro gritando:

- Pĩũ! Pĩũ! (Estou com fome) - na versão em língua makuxi recolhida pelo etnólogo alemão Kock-Grünberg, em 1912. Na variante de Manaus, o gavião esbraveja:

- Quero comer galinha assada.

A galinha e os pintinhos acompanham o movimento e respondem em coro:

- Não há de comer, não há de comer. 

O gavião consegue puxar a última criança da fila e coloca atrás dele. A brincadeira prossegue e ele vai sequestrando um por um, sempre o último pintinho.  Quando a galinha fica sozinha, o jogo termina.

Pois não é que, depois de apresentarem um canto que fala dos bichinhos e das árvores da floresta amazônica, a turma do 2º ano pediu para encenarem a brincadeira? Como o velho era a criança maior, foi escolhido para ser o gavião e pagou mico requebrando meio desajeitado. A cena, para vergonha dele, foi filmada.

O motor na canoa

No final, o velho foi consolado com a lembrança do poema Educar do escritor espanhol Gabriel Celaya:

Educar é o mesmo

que colocar um motor em uma canoa.

É preciso medir, pesar, equilibrar...

... e pôr tudo em movimento.

Mas para isso,

a gente tem que ter na alma

um pouco de marinheiro e de pirata

Um pouco de poeta

E um quilo e meio de paciência concentrada.

Mas é gratificante sonhar, enquanto a gente navega,

que essa canoa, essa criança

irá muito longe por mares nunca dantes navegados.

Sonhar que ela transportará

a carga de nossas palavras

por povoados distantes, ilhas longínquas,

Sonhar que, quando um dia

A nossa própria barca

dormir o sono eterno,

nossa bandeira desfraldada

seguirá em novas canoas.

 

P.S. 1 - O velhinho deu outras aulas no ensino fundamental. Em Niterói, contou histórias nas escolas municipais Júlia Cortines e Anísio Teixeira de tempo integral, onde interagiu com 50 professores. No Rio: na Oga Mitá, na Edem – Escola Dinâmica do Ensino Moderno, na Gente Miúda (Educação Infantil) e no CEC - Centro Escolar Copacabana. Durante a epidemia da covid, conversou sobre música indígena, via zoom, com 76 alunos de 8 e 9 anos do Instituto Gay-Lussac. Tudo dentro do esquema do 0800. Nenhuma escola cobrou por contribuir para curar o velhinho de seus achaques.

P.S. 2 - Na França, existe um projeto que consiste em convocar professoras aposentadas para contar histórias na escola, teatralizando as narrativas e recuperando a memória oral em uma sociedade digitalizada. No Brasil, muitas escolas indígenas também estão chamando os velhos para apoiá-los em sala de aula com os seus saberes.

Créditos: Fotos de Flávia Bessa Respeita Sadocco e Maria José Freire. 

Referências

  1. Theodor Koch-Grünberg: O jogo do Uiraçu recolhido em 1912, in CNPI: Brinquedos de nossos índios. Série Infantil nº 1. Ministério da Agricultura. Rio de Janeiro. 1958.
  2. Copa do Mundo: o jogo indígena na escola Oga Mitá - https://www.taquiprati.com.br/cronica/1402-copa-do-mundo-o-jogo-indigena-na-escola-oga-mita
  3. Como nós, velhos, brincávamos: uma aula na EDEM - https://www.taquiprati.com.br/cronica/1331-como-nos-velhos-brincavamos-uma-aula-na-edem
  4. A escola que canta: tire seu sorriso do caminho - https://www.taquiprati.com.br/cronica/263-a-escola-que-canta-tire-seu-sorriso-do-caminho
  5. Contra a leitura - https://www.taquiprati.com.br/cronica/57-contra-a-leitura-version-en-espa
  6. No mundo em frangalhos, a leitura - https://www.taquiprati.com.br/cronica/1733-no-mundo-em-frangalhos-a-leitura
  7. Diário de um livreiro: o sebo dos sebos - https://www.taquiprati.com.br/cronica/1734-diario-de-um-livreiro-o-sebo-dos-sebos
  8. Três porquinhos: oralidade e escrita em língua indígena - https://www.taquiprati.com.br/busca/?nmTermoBusca=leitura
  9. Txima: ensinando a conversar com a floresta - https://www.taquiprati.com.br/cronica/1756-txima-ensinando-a-conversar-com-a-floresta
  10. Torero e as bibliotecas fantásticashttps://www.taquiprati.com.br/cronica/1739-torero-e-as-bibliotecas-fantasticas
  11. Um catador de espinhas: Ailton Krenak na ABL - https://www.taquiprati.com.br/cronica/1738-um-catador-de-espinhas-ailton-krenak-na-abl
  12. A imagem dos indígenas na escola: o brilho da floresta - https://www.taquiprati.com.br/cronica/1744-a-imagem-dos-indigenas-na-escola-o-brilho-da-floresta
  13.  A sogra do jacamim em busca da beleza - https://www.taquiprati.com.br/cronica/882-a-sogra-do-jacamim-em-busca-da-beleza
  14. Cutucando onça com vara curta: os índios e as políticas culturais. https://taquiprati.com.br/cronica/1543-cutucando-onca-com-vara-curta-os-indios-e-as-politicas-culturais.

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45 Comentário(s)

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Luiz Pucú comentou:
14/12/2024
Pego o mote: contar história e a estória é o que nos salva, meu grande amigo...é o que nos salva... Saravá....
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Heliete Vaitsman comentou:
08/12/2024
Meu domingo começa melhor com esse texto. Gratidão
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Ana Arruda Callado comentou:
07/12/2024
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Tamar Castro comentou:
07/12/2024
Que lindo e tocante texto! Meu coração gostou muito, e agradece comovido.
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Tadeu Veiga comentou:
07/12/2024
....fala o velhinho José Bessa...
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Flávia Lisboa comentou:
06/12/2024
Caramba, Bessa! 60 anos de docência. Que privilégio de quem foi/é seu aluno/a e me sinto uma (apesar de não formalmente), pois estar perto de você e ouvir suas histórias (posição incansável) é sempre aprender e de uma forma extremamente envolvente. Não esqueço do dia que passeamos por Belém e ouvi várias de suas histórias. Que eu tenha a sorte de te encontrar mais vezes para repetir isso.
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Ligia Lins comentou:
06/12/2024
José Bessa que narrativa linda! Muito orgulho de ter sido orientada por esse “velhinho”. Espero te encontrar em mais eventos por aí!
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Magela De Andrade Ranciaro comentou:
06/12/2024
Excelente… “Viajei” feito uma velhinha convidada para contar histórias para a criançada. Isso é extraordinário, te ver correndo em meio às crianças. Eu, aqui, fascinada e com sentimento de pura…
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Fernanda Kaingang comentou:
05/12/2024
E quando vou poder ouvir suas histórias pessoalmente, meu bom velhinho?
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Taquiprati comentou:
05/12/2024
Querida Fernanda, estamos devendo mesmo uma visita ao Museu dos Povos Indígenas. Segundo minha ex-professora de História, Maria Yedda Linhares, entrar no jardim do Museu e respirar aquele ar faz bem à saúde.
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Isabela Thiago de Mello comentou:
04/12/2024
Sorte das crianças de terem o Professor Bessa como contador de histórias ... Serão aulas inesquecíveis que guardarão cada palavra, cada imagem, cada lenda. A sorte de ouvir a história do próprio Pajé. Vida longa ao Tuxaua Doutor
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Edson Leal (via facebook) comentou:
03/12/2024
Amei ter assistido 3 disciplinas na UNIRIO com o professor Bessa
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André Luís Souza comentou:
03/12/2024
No Japão, o único profissional que não precisa se curavar diante do imperador é o professor. Segundo os japoneses, numa terra em que não há professores, não pode haver imperadores.
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Ligia Aquino comentou:
03/12/2024
Como gostaria de assistir uma dessas aulas!
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Margarida Liliane comentou:
02/12/2024
Querido Mestre. Eu tive a honra e o privilégio de ser sua aluna no curso de Comunicação disciplina História da Comunicação, e na disciplina História da Cultura do Amazonas, junto com Balkar, Luiza Ugarte, Patrícia Melo, enfim só as feras do Curso de História. Fui convidada por você. E guardo na memória estes momentos de aprendizagem. Um grande abraço. Gratidão....Gratidão.
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Guiomar Carvalho comentou:
01/12/2024
Prof. José Bessa , inigualável sempre. Que honra tê-lo tido como professor.
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Maria Luiza Ugarte Pinheiro comentou:
01/12/2024
Bela crônica, querido professor! Você foi e é o espelho em que sempre almejamos mirar, exemplo de profissional e humanista. E acima de tudo, amigo! Serás para sempre meu Grande Mestre!
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Paulo Mumia (manuscrito) comentou:
29/11/2024
Meu grande professor e amigo José Ribamar Bessa Freire. Meu primeiro contato com os povos originários foram em suas magistrais aulas na UNIRIO. Hoje já fazem 20 anos que trabalho com os parentes, o que mostra que aquelas aulas ainda não terminaram. Me parece o ano letivo mais longo da Historia. Nesses muitos anos de trabalho, nunca deixei de seguir seus ensinamentos, principalmente o respeito, a dignidade e a soberania dos povos indígenas. Ser seu aluno é algo mais do que assistir uma aula. Ser seu aluno é se tornar cidadão. Um grande abraço. Paulo Mumia, ou como você m chama "filósofo".
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Luís Balkar Sá Peixoto Pinheiro comentou:
29/11/2024
Querido Bessa. que crônica maravilhosa. E necessária, como todas as outras. Tua trajetória é inigualável, sem comparação. Mede-se por régua própria, Me sinto imensamente honrado em ter sido teu aluno, mesmo que no momento as marcas da minha juventude e inconsciência não me permitissem aquilatar com precisão o valor de tudo que meus mestres me davam. Mas com você foi diferente, Era fácil perceber que ali, nas tuas aulas, recebíamos uma profusão de pepitas douradas da maior qualidade, e eu confesso que muitas vezes me enfurecia comigo mesmo por não ter a capacidade de cognição que pudesse alcançar a densidade de conhecimentos que você dividia generosamente conosco, Felizmente, meus mestres - e você acima de todos - conseguiram melhorar em mim o pouco do que dispunha, Hoje em dia peço a todas as divindades que intercedam para que você não nos deixe tão cedo. Nosso velhinho professor é, na verdade, mais jovem que todos nós, e ainda tem muito a dizer, É por isso que um adeus está fora de cogitação. Pode avisar para os netos que o vovô estará ao lado vendo-os crescer, enquanto rabisca uma nova crônica do Taquiprati para felicitar a profusão de seguidores que você tem espalhado nessa belíssima trajetória. Receba meu abraço e meu eterno agradecimento.
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Ana Carla Bruno comentou:
29/11/2024
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Ângela Maria (via FB) comentou:
28/11/2024
Essas iniciativas da Aldeia Curumim, Oga Mitá, Gay-Lussac merecem aplaudos, sobretudo no momento que vivemos. A Empresa Produtora “Brasil Paralelo”. criou um programa para combater o suposto domínio da esquerda nas instituições educacionais. Além de ampliar seu domínio nas escolas, a empresa também aumenta sua base de assinantes com um discurso caritativo. Já são 23 mil pessoas impactadas pelo projeto em 284 instituições, segundo a produtora. São 6 mil membros - os Mecenas - que financiam o projeto, com valores que superam R$ 1.000 por ano.A Brasil Paralelo afirma que é apartidária, mas seus conteúdos têm um viés conservador, que questionam o feminismo e desafiam consensos, como o aquecimento global. Pais de alunos das escolas parceiras reclamam de doutrinação. https://www.intercept.com.br/2024/11/27/brasil-paralelo-mecenas-escolas-ongs/
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Marco Targino Korubo comentou:
28/11/2024
A professora Sueli Santana, de 51 anos, foi apedrejada por alunos da Escola Municipal Rural Boa União em Camaçari (Bahia) no dia 29 de outubro, após dar aula sobre cultura afro-brasileira. Uma das pedras atingiu o pescoço da educadora e ela precisou ficar afastada por três dias. Ela seguia a Lei nº 10.639/2023 que torna obrigatória a temática "História e Cultura Afro-Brasileira". Mas pais das crianças reclamaram e ela foi proibida ao longo do ano pela diretora de utilizar o livro “ABC dos Povos Afro-brasileiros”. Usou o material e por isso, foi apedrejada. "Sempre fui chamada de bruxa, macumbeira, feiticeira e diabólica, todos os dias, quando chegava à escola", disse a professora a uma emissora de TV local. (Veja o link: BA: professora é apedrejada por alunos após aulas sobre cultura afro-brasileira), Infelizmente, a Escola de Tocantins não é a única a incentivar o ódio.
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Diana Sá Peixoto Pinheiro (Via FB) comentou:
28/11/2024
Que linnnndo! Parabéns mestre José Bessa . Lembro quando fui aluna no Instituto Christus. Sua trajetória continua linda. Obrigada por tantas informações. Um forte abraço
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Leyla Martins Leong comentou:
28/11/2024
Quanta beleza concentrada nessa vida toda. A vida tem sentido quando você consegue acender o brilho nos olhinhos das crianças com as suas histórias. Obrigada por esse texto que escreveste e me mandaste. Te desejo um Natal feliz.
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Mônica Lemos de Matos comentou:
28/11/2024
Deve ser um prazer enorme ouvir as suas histórias, professor José Bessa . Sou diretora de uma escola estadual no Rio de Janeiro, no Leblon e gostaria muito de tê-lo falando, contando e conversando com nossos alunos. O senhor aceita nosso convite?
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Juliana Lucinda Venturelli comentou:
28/11/2024
Graças ao Universo, eu tive a sorte de assistir muitas e muitas aulas que mesmo repetidas (rsrsrs) foram as melhores de todos os tempos! De verdade.
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Sirlene Bendazzoli comentou:
28/11/2024
José Bessa , está sua postagem me pegou de jeito, retomei aqui junto a vc meus anos de professora de crianças pequenas, as que alfabetizei e depois os professores que apoiei em sua formação, algumas vezes trabalhando junto a vc. Voltar a essas escolas pelas mãos de nossos netos traz todo esse tumulto de sentimentos, de vermos nossa trajetória, de acreditarmos que terá continuidade quando vemos aquele brilho nos olhos de certos professores e alunos. A canoa com o motor bem ajustado prosseguirá para além de nós caríssimo amigo!
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Anete Rubim comentou:
27/11/2024
Adorei o texto, a análise do diferencial entre escolas"naturais" e as militares. Trouxemos uma contadora de histórias de livros infantis sobre o ambiente amazônico. Impressionante a interação das crianças e adultos também.
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Ademario Payayá comentou:
27/11/2024
Caríssimo professor José Ribamar Bessa Freire, nosso muito amado professor Bessa, salve! Reafirmo meus sentimentos: creio que todos aqueles e aquelas que leem as tuas Taquiprati, como eu, gostaria(m) de tê-las escrito! Você escreve e se inscreve forte em nós!!! Com referência a essa crônica, a gente se sente muito orgulhoso de viver esse tempo em que uma pessoa, um cronista como você, nos faz abrir os vértices do afeto, da educação de qualidade, da educação inclusiva, do cuidado com as crianças e com a revisitação e revitalização das tradições dos povos indígenas com suas histórias e culturas. Como eu digo sempre, não vou deixar de dizer aqui nesse comentário: - Professor Bessa, você é bom a Beça!!! Esse "velhinho" é um grande guerreiro, um arco vigoroso como o arco precioso dos Kamaywurá, um porantim arretado que extrapola os domínios do povo Sataré-Mawé, ou seja, você é o porantim de todos os povos originários da Terra Inteira, termo preferencial do nosso saudoso Dom Pedro Casaláliga ao tratar acerca das Boas Novas para esse mundo que está sendo despedaçado! E, claro, você é pluriversal, aliado que é da igualdade e equidade oara todos, todas e todes com profundas e delicadas pesquisas a incluir os vários mundos para além da redução de ser (universal). Não somos um. Somos uma mega diversidade de povos, etnias, modos e histórias...Ah, Bessa, com essas atividades ludo-pedagógicas comentadas nessa Taquiprati, eu queria estar aí!!! Qual é o professor(a) que não vai ficar embevecido(s) em ler essa crônica? A propósito, vou te levar uns exemplares do nosso livro Oré - Îandé (Nós sem vocês - Nós com vocês) que você fez uma lindíssima apresentação. Aguyjé! Awery! Ynatekié! Kuekatureté!
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HANS ALFRED TREIN comentou:
28/11/2024
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Nair Chase da Silva comentou:
27/11/2024
Profundamente tocada pela crônica do Prof. José Ribamar Bessa Freire. Como sempre de uma sensibilidade e sabedoria fantásticas. Meu conterrâneo que não me conhece, mas que eu conheço de acompanhar seus escritos. Essa semana tive o prazer e o encantamento de voltar, depois de 40 anos, em Terranova do Norte - MT onde praticamente comecei minha trajetória profissional, ávida por resgatar lembranças, contar as histórias das situações vividas, rever amigos já aposentados (eu ainda não, rsrs) e agradecer pela experiências compartilhadas. Esse será o conteúdo de minha próxima aula, de certa forma reproduzindo experiências exitosas de contar histórias em sala de aula. Concordando com Cora Coralina "A escola nos passa o saber e a vida nos dá sabedoria"
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Rodrigo comentou:
26/11/2024
Excelente crônica professor! Gostei dessa dupla de palestrantes: professor Bessa e buxexa! Essa dupla é só sucesso! E logicamente é muito interessante para as crianças conhecerem histórias e brincadeiras indígenas que o senhor conhece como poucos. Vale salientar que além dos eventos citados, o professor Bessa também participou da palestra: "Lingua Geral: a primeira lingua dos brasileiros" pelo proped uerj, com transmissão da equipe do grupo NEPHE (UERJ), coordenado pelo professor José Gondra. Em outras palavras, o professor Bessa com 77 anos tá botando muito professor novinho no bolso. Um abraço querido professor! PS: Segue o link da palestra sobre a lingua geral feita pelo prof Bessa, https://youtu.be/ZrkpV2s8rb8?si=jhXf_VeIA-MYEYII&t=3556
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Ademario Ribeiro Payayá comentou:
26/11/2024
Ê, professor Bessa, você é tão inspirador que tenho, geralmente, a vontade de dizer o nome e o sobrenome: José Ribamar Bessa Freire!!! Nosso doutor em Literatura Comparada e muito mais!!! Antes de ler essa Taquiprati fiquei matutando sobre tuas contribuições à educação, arte, cultura, linguística e... aos povos originários! Matutei: estou vendo Theodor Koch-Grünberg na minha frente! Claro, estou tentando conhecer sobre o indígena do povo Arekuná no qual ele conheceu - Akuli - o habilidoso contador de histórias, mitos, lendas - dessa etnia. Logo matutei: Professor Bessa deve saber sobre as andanças do Koch-Grünberg e sobre Akuli... ... Isto é, Professor Ribamar Bessa é um ancestral potente, repleto de alegria, resiliência à toda prova e que tem estimulado todos nós que temos a graça de cruzar o seu caminho. Ele é um Arco generoso e vigoroso que tem nos arremessado a construirmos um mundo cada vez mais pluriversal a fim de que todas, todos e todes possam estar e ser em seu mundo - contando suas narrativas, sendo quem são, contando suas histórias plurais e não engessado numa lógica de algo universal, padrão. Direi sempre: Professor Bessa é katupyri (excelente em Tupi) à beça! Você nessas canoas com as crianças e professores compartilhou a mais linda práxis pedagógica que um mestre pode realizar!!! Funda gratidão por essas aulas-canoas!!!
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Maria Dorothea Post Darella comentou:
26/11/2024
Docemente. Sempre vivendo e tratando docemente a quem merece! Vida rica, abençoada, formidável essa de, com potente afeto e competência, alcançar, abraçar e envolver os que estão com você, os que te chamam, queridíssimo Bessa. Te aplaudo e festejo em pé!
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Valter Xeu comentou:
26/11/2024
PUBLICADO EM PATRIA LATINA - https://patrialatina.com.br/a-aula-que-vive-em-mim-o-motor-na-canoa/
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Jézia Raiker comentou:
26/11/2024
Sorte dessas crianças e minha também de ter tido esse professor como meu mestre. Parabéns professor José Bessa . Quanto o aumento de remédios na cabeceira saiba que o senhor não está sozinho. Abs.
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Ricardo Ossame comentou:
26/11/2024
O tempo da ternura é da beleza tá voltando com força. Bravo professor José Bessa .
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SILVIA comentou:
26/11/2024
Adorei a crônica e a experiência de observar, interpretar e se comover com as crianças recuperando a cultura dos povos originários.
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Nuno A Pereira comentou:
26/11/2024
Tchipepa ! (Muito bom, em umbundo) Vale um dito também do povo umbundo: Okutchika okuveleka ( ter filhos é andar com eles às costas) Educar, educar sempre para termos gerações melhores que a nossa
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Andrea Sales comentou:
26/11/2024
Sorte a minha de ter tido você como meu professor, amigo, orientador e "desorientador"! A memória deu um giro de 360 graus!Gratidão eterna!!
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Marco Targino Korubo comentou:
26/11/2024
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João Bina comentou:
26/11/2024
Que legal! Crianças de sorte
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Andrea Salles comentou:
26/11/2024
Que lindo e emocionante!!! E data de formatura 17/12... data de meu aniversário e que foi a mesma de minha formatura na UERJ.. Tempos que não voltam mais.. Gratidão eterna por ter me dado a oportunidade de viver e conhecer as culturas de minhas raízes além de toda aprendizagem .
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Silvio Sampaio comentou:
26/11/2024
Sabedoria, Natureza, Terra, Mãe
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Patrícia Sá Peixoto Pinheiro comentou:
26/11/2024
Que mais escolas possam fazer parte deste projeto interessante que une idosos e crianças numa troca de experiência e saberes que revigoram a alma.
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