CRÔNICAS

O Puri e o Kaxinawá: dois presos e uma medida

Em: 05 de Fevereiro de 2012 Visualizações: 56747
O Puri e o Kaxinawá: dois presos e uma medida

Dois índios presos em momentos e locais diferentes: um no Rio de Janeiro, outro no Rio Jordão (Acre). Ainda que distantes no tempo e no espaço, essas prisões arbitrárias, no frigir dos ovos, são exemplares porque apontam na mesma direção. Foram realizadas em defesa da propriedade privada e em nome da ordem estabelecida, revelando como o Poder Judiciário, embora considere a justiça cega, às vezes é capaz de ver longe. Muito longe.

O preso do Rio, provavelmente um Puri, aparece no boletim de ocorrência apenas como índio, genérico, sem identidade étnica. Foi encarcerado num momento de reformulação da política pública de segurança. O motivo da prisão está escrito com todas as letras no registro policial: “o gatuno vadio tinha uma expressão suspeitosa de quem estava pensando em roubar”. É. É isso mesmo que você leu. O cara não roubou, mas foi preso porque acharam que ele tinha cara de ladrão. Desenterro seu caso dos arquivos policiais, porque li agora notícia vinda do Acre com um fato similar.

Lá no Acre, município do Jordão, Irineu Kaxinawá, 19 anos, permaneceu trancafiado mais de quatro meses na Penitenciária de Taraucá, sem julgamento algum. Motivo da prisão: teria ajudado seu primo menor de idade a esconder na casa do avô deles, Getúlio Sales - um líder tradicional dos Kaxinawá - roupas e bijuterias de pequeno valor que foram surrupiadas da loja de Maria Raimunda. Detalhemos os dois casos.

Polícia da Corte

No Rio de Janeiro, em 1831, o posto de chefe de polícia era ocupado por um juiz de direito. Foi, portanto, um juiz que decretou a prisão do índio, numa época em que a polícia era tão eficiente que lia até pensamento. Está lá, no documento que encontrei no Arquivo Nacional, no Fundo Polícia da Corte, formado por 340 volumes manuscritos, entre os quais os livros com a relação de presos feita pela policia na primeira metade do século XIX.

Os índios estão escondidos no arquivo em documentos da Intendência Geral da Polícia, conhecida depois como Polícia da Corte. Eram muitos, mas os livros usados nas escolas os tornaram invisíveis. Quase sempre sem emprego, sem domicílio fixo, viviam de biscates e perambulavam pelos cortiços do centro da cidade. Foram duramente reprimidos quando D. João VI chegou ao Rio, em 1808, até os anos 1840, quando cessam os registros nos arquivos, depois de apodrecerem nas prisões.

Os motivos alegados para prendê-los eram diversos: atitude suspeita, vadiagem, embriaguez, porte de canivete, desordem, agressão, furto, ausência de permissão para andar na rua depois das 19h e até por estarem “pensando em roubar”.

No entanto, a equipe de pesquisa que coordenei começou a desconfiar desses motivos quando encontramos, em outro documento do Arquivo Geral da Cidade, registro do mesmo índio preso trabalhando como braçal na reforma do Passeio Público, em 1831. É que o Código Penal previa pena de prisão com trabalhos forçados. Naquela época, os negros escravos estavam quase todos ocupados nas fazendas de café do Vale do Paraíba e não havia quem cuidasse das obras públicas. Daí ocorria a prisão dos índios, porque o poder público “estava pensando” em tê-los como mão de obra gratuita. 

Quem estudou bem essa documentação foi um gringo, Thomas Holloway, professor de História Latino-Americana na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Ele vasculhou os arquivos das polícias Militar e Civil do Rio, no século XIX, guardados no Arquivo Nacional, e escreveu o livro “Policing Rio de Janeiro – repression and resistance in the XIX century”publicado pela Universidade de Stanford.

No livro, o historiador americano analisa a tensão política vivida em 1831, quando o então ministro e futuro regente Diogo Feijó reformulou a política de segurança pública e criou não a UPP, mas o CMP (Corpo Municipal de Permanentes) para manter a ordem vigente. Um dos primeiros comandantes dessa nova polícia militar foi o Duque de Caxias, encarregado de “limpar a cidade”, o que foi feito fechando os olhos aos abusos de autoridade, à violência e à corrupção. E no Acre?

O caso do Jordão

Irineu Kaxinawá, de 19 anos, vivia na Aldeia Nova Empresa, Terra Indigena Kaxinawá do Baixo Rio Jordão. Falava português com dificuldade e foi, em 2010, estudar na cidade. Seu primo roubou umas quinquilharias, ele ajudou a esconder, como o primo é menor de idade, quem foi preso foi ele, Irineu, no dia 3 de outubro do ano passado.

- Foi estudar numa escola pública do Jordão e agora está fazendo mestrado na melhor escola de bandidos do Acre, que é a penal de Tarauacá - escreveu o pai dele, o antropólogo Terri Aquino.

Quem deu a bolsa de mestrado ao Irineu foi a juíza de Tarauacá, uma ex-delegada de polícia do interior do Amazonas, que negou a liberdade provisória para que o acusado respondesse processo em liberdade. Ela alegou que o objetivo da prisão era “evitar que o delinquente, tendo praticado o primeiro crime, pratique novos crimes, quer porque seja acentuadamente propenso à prática delituosa, quer porque, em liberdade, encontrará os mesmos estímulos relacionados com a infração cometida”.

Praticado um crime? Propensão à prática delituosa? De onde é que a magistrada tirou isso, meu Deus! Um menino com bons antecedentes, profissão definida, residência fixa, nunca praticou violência contra gente, bicho ou planta, nunca havia sido preso, não foi ainda julgado para ser considerado delinquente.

A juíza do Acre avançou mais que seu colega do Rio. Enquanto no Rio o índio foi preso porque “estava pensando em roubar”, o kaxinawá, no Acre, permaneceu quase cinco meses numa penitenciária para evitar que ele pensasse em roubar.

- Se ele errou, e até acredito que tenha errado mesmo, a Justiça acreana poderia dar uma chance de recuperação a esse jovem índio de apenas 19 anos. E não ser assim tão rigorosa com um “ladrãozinho de galinha, podia dar uma pena branda, como prestação de serviços comunitários – escreveu seu pai, angustiado, que passou o Natal e Ano Novo nas aldeias Yawanawá e em visita ao filho preso, depois de conversar com juiz, desembargador, diretor de penitenciaria, defensor público, advogado, secretário de Direitos Humanos, tudo em vão. Seu filho permanecia preso.

- Estou abrindo o meu coração publicamente, mas não estou interessado em piedade de ninguém. Estou apenas atrás de Justiça para o meu moleque. O Acre é cruel. E tem proporcionalmente a maior população carcerária do Brasil. E esse caso do Irineu me dá muita vergonha de ser acreano - escreveu o antropólogo Terri Aquino ao jornalista Altino Machado.

Futurologia

Altino, que mantém o blog mais lido sobre a Amazônia, correndinho, mobilizou Deus e o mundo, jornalistas, professores, advogados, gente em todo o Brasil que conhece os Kaxinawá, através dos trabalhos do Terri Aquino, cuja vida continua dedicada aos índios, lutando por suas terras, línguas e culturas.

Os jornalistas Elson Martins, a historiadora Fátima Almeida, a cronista Leila Jalul, a radialista Eliane Sinhasique e tantos outros, no Acre, mas também em Minas Gerais - Maria Inês de Almeida, diretora do Centro Cultural da UFMG, Nikão Duarte, professor de jornalismo no Rio Grande Sul, João Dal Poz, antropólogo da UFMT, Ivana Bentes, professora da Escola de Comunicação da UFRJ, todo mundo indignado com o fato de se manter numa penitenciária barra pesada um menino que nem foi ainda julgado, enquanto quem rouba dinheiro público – milhões – e enfia nas cuecas, nas meias, nos bolsos e em contas no exterior – está circulando livremente e até se elegendo como parlamentar.

Altino mobilizou também o advogado João Tezza, que na sexta-feira (27/01), impetrou um habeas-corpus onde, com todo respeito, critica a juíza que trata um réu primário como delinquente, antes de qualquer condenação, sob a justificativa de que ele cometeria outros crimes. Para o advogado, a juíza “imbuiu-se de poderes mediúnicos”:

-. Se a previsão do futuro é indispensável ao exercício da profissão de vidente, é vedada, por lei, no exercício da magistratura, enquanto praticada em um Estado Democrático de Direito - escreveu Tezza..

Irineu vai agora responder em liberdade, graças ao habeas-corpus concedido. Seu pai, um antropólogo muito respeitado e querido na comunidade acadêmica e pelos índios em todo o Brasil, pode respirar, enfim, aliviado. Nós também. No entanto, não são apenas dois presos e uma medida. Existem atualmente mais de 3 mil índios presos em todo Brasil, para libertá-los um Tezza apenas não basta. É preciso um Tezzão.

P.S. Ver links Altino Machado: http://altino.blogspot.com/2012/01/terri-aquino-pede-liberdade-para-o.html; http://altino.blogspot.com/2012/01/tezza-assume-defesa-de-indigena-preso.html;  http://altino.blogspot.com/2012/01/antropologo-agradece.html;
http://altino.blogspot.com/2012/01/advogado-responde-jornalista.html

 Ilustração reproduzida do Blog Assaz Atroz;]

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49 Comentário(s)

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Elizabeth Nunes de Souza comentou:
08/04/2012
Nossa, fico indignada com tanta falta de compreensão. Se na cidade grande aonde há educação, informação, esclarecimentos..os homens brancos cometem erros (muitos erros por sinal), imagina um ser que vive como um animal em meio ao mato, sem nenhum conhecimento está sendo massacrado por uma sociedade racista.
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jbDYXyVxHHXx comentou:
18/02/2012
Agora esse ano Mallu Magalhaes tem uma forte cncoorrente para o Premio Vergonha Alheia 2009: a Campus Party 09. O que? Voce nao ta sabendo?
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Bessa (acionado por Artur) comentou:
09/02/2012
Meu caro, obrigado por haver lido o meu pensamento, voce seria capaz de me mandar prender por estar pensando nisso que corretamente voce acha que estou pensando. Lamentavelmente não vivemos situaçao pre-revolucionaria e a correlacao de forcas nao permite a realizacao de meu pensamento.
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Publio Caio comentou:
09/02/2012
Qual a diferença entre índio e criança?Pra Aristóteles, escravo, mulher e criança eram iguais: todos incapazes.Li ocorrência policial (famoso BO) na cidade de Moreno,Pernambuco,em que constava as razões da "prisão em flagrante”.Narrou o PM:"durante a ronda, vi uma jovem sentada num banco da praça com vestido muito curto, olhar sensual, com os olhos pra cima como quem estivesse pensando libidinagem".Teje presa! Pensando em sacanagem. Não foi em 1831, foi em 2001 de nossa era. E eu li o tal BO.
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PÚBLIO CAIO comentou:
09/02/2012
Bessa, Qual a diferença entre índio e criança? Pra Aristóteles, escravo, mukher e criança eram iguais: todos incapazes. Em 2001/2002 , na cidade de Moreno, no Estado de Pernambuco, li uma ocorrência policial (famoso BO) em que constava as razões da "prisão em flagrante por suspeita de pensmanto libidinoso. Narrou o PM: "durante a ronda, viu uma jovem sentada num banco da paraça, com um vestido muito curto, olhar sensual, com os olhos para cima como quem estivesse pensnando libidinagem". Teje pr
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Artur Dias (Blog do altino) comentou:
08/02/2012
Foi mais produtivo o Habeas Corpus que o blá-blá-blá ideológico contra o Estado de Direito. Se, do ponto de vista do Bessa, a Juíza errou ao aplicar a lei (!), ele deveria também orientar a família a desautorizar o Habeas Corpus, e incitar a população a invadir a cadeia e soltar o preso...
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Garcia Neto comentou:
08/02/2012
Nesse sentido, seria necessário que o cidadão eleitor aprendesse a ler o pensamento dos políticos.
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Renato (Blog da amazonia) comentou:
06/02/2012
Se Irineu nem sequer pôde responder processo em liberdade por que Roger Abdelmassih pôde (nem no Brasil está mais)? Se STF livrou a cara do Daniel Dantas 2 vezes em 48 horas, por que um cara esperou meses pra ser julgado (mais de 1 ano) só pq fez xixi na rua? Quem fez pior: Rafinha Bastos, no caso da Wanessa Camargo e dos deficientes ou o relator do processo do deputado do castelo, que falou com todas as letras que estava “se lixando pra a opinião publica”, ofendendo 190 milhoes de pessoas?
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JFER (Blog da Amazonia) comentou:
06/02/2012
Enquanto isso a justiça solta banqueiro bandido duas vezes em 24 horas, jornalista assassino, estrupadores. No Brasil só vai para a cadeia preto, pobre , puta e agora indio.
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Aloisio Alcantara Vaz( Blog da Amazonia) comentou:
06/02/2012
Na minha opinião, pelo que vejo todo dia, bandido de verdade nossa justiça solta, as ruas estão infestadas por êstes protegidos de nossas ridiculas e absurdas leis, ongs protetoras dos direitos dos bandidos (de verdade) e claro de nossa desacreditada (desde Cabral) justiça ! “DEUS NOS LIVRE DA JUSTIÇA BRASILEIRA !!!…”
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Estéfani José Agoston grifao(Blog Amazonia) comentou:
06/02/2012
A cada dia aumenta o desgosto ao ler notícias similares. Hoje mesmo li no portal do Estadão que a polícia inglesa descobriu que na Suécia (pasme, pois esse não é um país líder na defesa dos direitos essenciais do Homem?) existe escravidão de cidadãos. Tenho lido o que escreve, e tomei hoje a liberdade de copiar o texto que publicou, inserindo-o no Grupo Guararapes.
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Thiago Curado (Blog da Amazônia) comentou:
06/02/2012
Quantas pessoas já foram mortas e agredidas pelos pobres indiozinhos… que matam e roubam “quinquilharias”. Infelizmente, mais um “menino de bem, com apenas 19 anos” está solto e pronto à cometer mais crimes.
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BRANCO COMEDOR (Blog da Amazonia) comentou:
06/02/2012
Existem indios que querem trampar porem são extremamente blindados pela funai, para que não trampem !!!
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rubem weber (blog da Amazônia) comentou:
06/02/2012
Os índios somente são incapazes,”retardadozinhos”,quando têm que cumprir qualquer obrigação,qualquer tarefa; agora,quando é pra usufruir os benefíçios da cultura dos brancos, viram uns espertalhões: adoram carros novos,aviões,celulares, cobram pedágios nas rodovias que passam nas reservas, recebem cestas básicas; realmente são ininputáveis…
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ERS (Blog da Amazônia) comentou:
06/02/2012
Há uma informação incorreta. O antropólogo João Dal Poz não mais pertence aos quadros da UFMT. Hoje atua na UFJF. Vide: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=N40722.
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Ana Stanislaw comentou:
06/02/2012
Excelente comparação Bessa!! É uma pena que ainda hoje a policia não ler o pensamento de certos políticos, empresarios e tantos outros que espoliam o nosso país. Parabéns a todos que ajudaram o Irineu.
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Andrea Sales comentou:
06/02/2012
Infelizmente há muitos presos por motivos tão fúteis e há outros que roubam na maior cara dura e ...ninguém vê ou finge que não vê.A impunidade parece a maior das normalidades neste país!Parabéns por mais esta crônica Bessa!
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Paulo Bezerra comentou:
06/02/2012
Essa charge diz tudo. Pena que são poucos irmãos índios que conseguem ter essa compreensão da realidade. A maioria está a mercê da lavagem cerebral imposta por missionários, pastores e etc. Disse ainda o grande chefe Pontiac: "Eles vieram com uma Bíblia e sua religião – roubaram nossa terra, esmagaram nosso espírito - e agora nos dizem que devemos ser agradecidos ao “Senhor” por sermos salvos". Pai dégua né ! !
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Guilherme Loureiro comentou:
06/02/2012
Caro Ribamar, vou passar "Dois Presos Uma Medida" para Daniel Munduruku. Autor de vários livros para crianças, jovens e professores, e um voz que tem peso quando o assunto é o apresentado em seu artigo/crônica.
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Marcelo Caldeira comentou:
06/02/2012
O banqueiro Cacciola circula livre e pula carnaval. O banqueiro Daniel Dantas consegue habeas-corpus e fica sem algemas.O médico e empresário Roger Abedelmassih fica livre e foge pro Libano, depois de estuprar 50 pacientes.Jader Barbalho, Maluf, Renan Calheiros, Romero Jucá, Sarney, ministros, governador de Brasilia. Prendem um índio acusado de roubar uma camiseta e um balde de plástico e deixam solto quem rouba milhoes dos cofres publicos. Tem duas justiças: uma para ricos e outro para pobres.
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Carmen Junqueira comentou:
06/02/2012
Juizes e juizas não são pessoas comuns. Ganham mais do que todos nós, descansam mais, Estão acima do próprio Estado. Será que também acima de deus?
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Valter Xéu comentou:
05/02/2012
É inacreditável! Tem coisas que é perpetrado por membros do Judiciário que beira a loucura. Essa juíza deveria era voltar para a escola e tentar aprender o que é direito. Sei não! Acho que se eu tivesse condições de fazer aqui a revolução que Fidel fez em Cuba, cada dia fico convencido que passaria primeiro la no judiciário. Õ, raça!
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William Porto (Blog Lima Coelho) comentou:
05/02/2012
Mestre Bessa, excelente o seu empenho em denunciar as perseguições sofridas pelos índios. O Brasil nesse aspecto e em vários outros é um país injusto, uma república de bananas.
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Betina (Blog Lima Coelho) comentou:
05/02/2012
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Charles Lamounier (Blog Lima Coelho) comentou:
05/02/2012
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Marcel 1 (Blog do Altino) comentou:
05/02/2012
Ninguém pode ser preso por “ser acentuadamente propenso à prática delituosa”. Ninguém mesmo:nem índio, branco,preto,amarelo,rico,pobre,católico,ateu,nem evangélico! O que acontece hoje com os índios é que parte da imprensa,incluindo seu blog,passa a imagem de que os índios são injustiçados e coitadinhos. Recentemente conheci um índio cinta-larga (aqueles que mataram quase 30 garimpeiros devido à falta de acordo) que me disse que o governo lhe dava ajuda de custo por cada filho que tivesse.
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Marcel 2(Blogo do Altino) comentou:
05/02/2012
Já tinha 6 filhos e a intenção de ter mais (afinal, mais filhos, mais ajuda de custo). O dinheiro era todo para gastar em festa com prostitutas.Este índio estava com pedrinhas de diamante retiradas ilegalmente da reserva Roosevelt.Sua intenção era vender os diamantes,ganhar mais dinheiro pra satisfazer suas “necessidades”.Em Mato Grosso tb conheci índios que cobram pedágios em estradas que passam próximas a reserva.Tal cobrança é ilegal.Se pelo menos o dinheiro fosse para o bem-estar da aldeia.
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Marcel 3 (Blog do Altino) comentou:
05/02/2012
Não é o que acontece:enquanto uns índios andam de caminhonete (preferem L-200 ou Hilux), as aldeias são imundas, lixo para todo lado. Em Mato Grosso recentemente, um cacique xavante foi condenado por homicídio qualificado por DEGOLAR um servidor da Funai!É pena que nenhuma ONG apareceu pra amparar a família do servidor, muito menos seu blog noticiou tal condenação!Por isso, creio que seu blog e parte da imprensa devia ser menos parcial, menos passional, ao noticiar o que acontece com os índios!!
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gina couto comentou:
05/02/2012
É camaradas, a futurologia do sitema é globalizada, haja visto as envesidas violentas e priçoes sem julgamente da policia chilena nas comunidades mapuches por considerar a sua luta pela terra "terrorista" S XXI? ou XVI? brasileiros? chilenos? invasores colonialistas? o simplemente sistema capitalista inhumano e genocida. Ja não podemos falar mas de socialismo ou barbarie, agora é barbarie si tivemos sorte.
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Alexx Hernandes Barboza 1 (Blog do Altino) comentou:
05/02/2012
Cordial cumprimento de Campo Grande(MS).Sou advogado,pós-graduado em Direito Criminal,exmembro da comissão de Direitos Humanos da OAB/MS, além de colaborar com Anistia Internacional e organização belga “Advogados Sem Fronteiras”.Conheço a realidade do Acre só por relatos na Internet,livros e trabalhos sérios ou não;estou consternado com o q li,por estar familiarizado com a realidade de MS,em que índios são vitimizados e oprimidos por políticas públicas que quase nunca levam em conta o que eles .
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comentou:
05/02/2012
x Hernandes Barboza 1 (Blog do Altino) Cordial cumprimento de Campo Grande(MS).Sou advogado,pós-graduado em Direito Criminal,exmembro da comissão de Direitos Humanos da OAB/MS, além de colaborar com Anistia Internacional e organização belga “Advogados Sem Fronteiras”.Conheço a realidade do Acre só por relatos na Internet,livros e trabalhos sérios ou não;estou consternado com o q li,por estar familiarizado com a realidade de MS,em que índios são vitimizados e oprimidos por políticas públicas q
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Alex Hernandes Barboza 2 (Blog do Altino) comentou:
05/02/2012
... o que eles mesmos pensam ao tempo em que vilanizam não-índios igualmente pobres. No caso em comento, o que mais me causou espanto foi que a autoridade de quem emanou a flagrante agressão aos Direitos Humanos foi uma colega-em-Direito, não um desconhecedor das lides jurídicas de formação puramente técnico-burocrática. Que absurdo! Esta senhora deveria se preocupar mais em FAZER JUSTIÇA e reeducar o réu, repreendendo-o na medida necessária para que apostasse em novo rumo para a sua vida.
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Alex Hernandes Barboza 3 (Blog do Altino) comentou:
05/02/2012
Seria um trespasse de limites ainda que não fosse um indígena, mas esta situação é agravada pelo fato de sê-lo, já que, constitucionalmente, é vontade do Estado Brasileiro garantir a estas pessoas especial atenção.Vou procurar maiores informações e acompanhar o caso. Parabenizo-o pela coragem de trazer o assunto a lume. Peço perdão pelo comentário exagerado, mas qualquer relato menor não corresponderia à minha opinião.
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José (Blog Amazonia) comentou:
05/02/2012
Imagino quantas pessoas mortas por “quinquilharias” e “meninos de bem” estejam soltos por aí praticando delitos ou pagando “cestas básicas”. No caso era um índio e por isso e favores amigos a um custo enorme (tenho certeza q não foi do próprio bolso dos defensores do “Direitos Humanos” e sim do Estado) ele está solto.E se fosse ribeirinho?Trabalhador de uma fazenda ? Não dá para relativizar um crime.A origem de todos os problemas de segurança no País está justamente nesta relativização.uma pena.
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Samuel Carvalho comentou:
05/02/2012
Ma rapá, o Ivo Cesar leu e não captou a mensagem. Toda vez que a gente fala em não discriminar os indios, aparece sempre alguém dizendo que queremos criar privilégios para eles. Ou seja, se instaurou já como normalidade o preconceito. A lei diz que ninguém pode ser preso, antes de ser julgado, a não ser em situações excepcionais que a lei discrimina. Quando se reivindica que a lei seja aplicada aos indios, surge sempre alguém, como o Ivo, bradando que isso é um privilégio. É por isso que o Brasi
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João Tezza 1 (Blog do Altino) comentou:
05/02/2012
Com satisfação do dever cumprido, li as maduras e históricas informações do Ribamar Bessa no seu blog.Transmita a ele nosso agradecimento como cidadão e intelectual.Ressalto que pessoa imprescindível a nosso trabalho foi o Dr. Armyson Lee.Se ele, a pedido (meu e seu), não se deslocasse na mesma hora a Tarauacá, onde verificou que o processo criminal estava subindo o rio de canoa, sem previsão de chegada a Jordão, e nos trouxesse, também de avião, no dia seguinte, certidão do cartório criminal
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João Tezza 2 (Blog do Altino) comentou:
05/02/2012
...informando isso não poderíamos ter ingressado com o HC ainda na sexta feira.Armyson é filho do dileto amigo Raimundo Carvalho,aposentado como Procurador Geral de Justiça do Acre. Vi, pelo desprendimento e amor à justiça, que seguiu os passos do pai, a quem o Acre e sua gente sempre reconheceu como profissional que honra a humanidade.Gostaria que vc dê esse crédito a nosso amigo no caso Irineu.Nós ficaremos,ao longo dos anos,devendo muito ao Dr. Armyson no campo do direito e da justiça.
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Juan Pablo Calleros (1) comentou:
05/02/2012
Soy un aborigen Charrúa de Uruguay,estoy estupefacto con esto que ocurre en vuestra tierra y con mis hermanos aborígenes,es claramente discriminación racial por parte del Estado,que es quien debe garantizar que se cumplan las leyes y resulta que son los poderes del estado los que se han transformado en delincuentes,eso que están haciendo es un delito en cualquier país,con el agravante de que denunciar y juzgar,tanto a uno o varios policias,asi como a los jueces es una tarea casi imposible...
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Juan Pablo Calleros (2) comentou:
05/02/2012
…porque en esos casos gozan de impunidad, pero siempre se pude hacer algo para revertir estos peligrosos vicios y sevicias. Hay que poner esto en todos los medios masivos de difusión, hacer manifestaciones callejeras masivas con carteles, denunciar estos hechos ante la Comisión Interamericana de Derechos Humanos, con sede en San José de Costa Rica,-e-mail:cortedh@cor tedh.or.cr-
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Juan Pablo Calleros (3) comentou:
05/02/2012
Es necesario re-ordenar el funcionamiento de las instituciones antes de que sea tarde, porque con estas cosas comienza un proceso de descomposición y caos...que suelen conducir a dictaduras despiadadas u otros acontecimientos dolorosos. Que en pleno siglo XXI ocurran estas cosas es del todo inadmisible. Lamentamos profundamente que ocurran estos actos que hablan muy mal de la civilidad de Brasil y de sus instituciones. Del gobierno de DILMA esperamos otra cosa.
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Giane comentou:
05/02/2012
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1044158-estudante-que-defendeu-mendigo-e-operado-e-pode-ficar-com-sequela.shtml
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Giane comentou:
05/02/2012
Esse é o direito do índio. O que vai fazer a justiça do RJ com os três filhinhos de papai que tentaram matar um mendigo e espancaram o estudante Victor Suarez Cunha que atuou em defesa do mendigo?
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Ivo Cesar comentou:
05/02/2012
Com isso vc quer me dizer que o INDIGENA é um cidadão brasileiro superior aos demais, não pode ser tocado !? Que lindo !
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Cyrino comentou:
05/02/2012
Babá não sei se conheces aquele caso que o Públio Caio conta: quando era Promotor de Justiça da Infância, lá pelo final de 80 pra 90, ele encontrou auto de flagrante de um adolescente de mais ou menos 15 anos que dizia assim: “o jovem foi encontrado sentado sozinho num banco de uma praça da cidade, com suspeita de pensamentos libidinosos”. O menino já estava preso na cela de numa delegacia de Manaus, junto com um homicida e um traficante. Dureza...
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Juan Pablo Calleros comentou:
05/02/2012
Soy un aborigen charrúa de uruguai,estoy estupefacto con esto que ocurre en vuestra tierra y con mis hnos.abo rígenes,es claramente discriminacion racial,por parte del Estado ,que es quien debe garantizar que se cumplan las leyes,y resulta que son los poderes del estado los que se han transformado en delincuentes oficiales,eso que están haciendo es un delito en cualquier país,con el agravante de que de nunciar y juzgar ,tanto a uno o varios policias,asi como a el o los jueces es una tarea casi i
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Sátya (1) comentou:
04/02/2012
Aqui em Boa Vista são mais de 60 indígenas presos, alguns por pedofilia e estupro(sei que se deve relativizar porque os critérios de classificação são diferentes em cada cultura. Me choca o aumento da violência nas comunidades, o uso de alcool e de drogas, além da TV devem ajudar esse alto índice.Entendo que haja muita prisão injusta e absurda, mas defender um estuprador,alguém que machuca uma menina de 12 anos, ou uma mulher de 30 é absurdo.
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Satya (2) comentou:
04/02/2012
Na semana passada, na comunidade Malacacheta estupraram (10 entre adultos e adolescentes) a mulher de um professor, machucaram muito ela, fiquei horrorizada...Sua crônica fala de outros presos, mas ando pensando muito sobre como contribuir para frear essa onda de violência que assola as comunidades indigenas
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Livia Gomes Rodrigues comentou:
04/02/2012
Quanta injustiça meu Deus... Fica aqui meus sentimentos de indignaçao... Livia etnia baré.
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Carol comentou:
04/02/2012
Pera aí. Esse tal João Tezza não foi o cara que defendeu os assassinos de Chico Mendes?
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